Setor considera inevitável aumento nos preços por causa dos Impostos mais altos e reajuste anual
Da Redação
Os medicamentos, que já subiram 5,6% no ano passado, vão ficar ainda mais caros este ano. É que há dois reajustes: um deles já está ocorrendo ao longo deste mês, como efeito do aumento do ICMS em pelo menos dez estados e DF; e o outro, em março, em função do reajuste anual definido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed) e que é autorizado pelo governo.
Representantes do setor farmacêutico consideram inevitável o aumento nos preços em todo o país em função disso. A alta do imposto já está chegando na ponta, diz Sergio Mena Barreto, CEO da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma).
Barreto explica que o ICMS é um imposto pago antecipadamente, portanto, o tributo é recolhido pela indústria e os medicamentos revendidos às farmácias com o novo valor. E elas não têm condições de segurar os repasses. “Já vem na nota fiscal o novo imposto e isso é acrescido no valor que vendem para a gente. Por isso, o setor é obrigado a repassar esse preço”, explica.
Todas as categorias de remédios serão afetadas já que a alíquota recai de modo igual sobre todos os medicamentos, diz o presidente da Abrafarma.
A Febrafar (Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias) destaca que os impostos impactam diretamente o custo final dos produtos e que o aumento na alíquota do ICMS deve se refletir no preço dos medicamentos. “A dinâmica tributária impacta diretamente no custo final dos produtos. Quando ocorre um aumento na alíquota do ICMS, este se reflete automaticamente no preço dos medicamentos”, afirma o presidente da Febrafar, Edison Tamascia.
Efeito ICMS
A decisão de aumentar o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), administrado pelos estados, se deu por conta de uma reação dos governadores a partir do texto da reforma tributária, que tirou receita deles. Por conta disso, os medicamentos já começaram a subir este mês. Outros produtos também terão alta de preço a reboque do aumento do ICMS – como é o caso de alimentos, roupas e calçados.