Operação Bocas Famintas expos corrupção envolvendo alimentos destinados a creches
Criciúma
Em mais um desenvolvimento no caso da Operação Bocas Famintas, um acordo judicial evitou a denúncia de mais um investigado. Deflagrada no dia 3 de dezembro de 2019, a Operação identificou atividades de peculato e receptação qualificada envolvidas no desvio de carnes que eram direcionadas às merendas das creches geridas pela Associação Feminina de Assistência Social de Criciúma (Afasc).
O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) propôs um Acordo de Não Persecução Penal (ANPP) que foi aceito pelo proprietário de uma panificadora, de 49 anos, que era suspeito de comprar, várias vezes, a carne desviada por um valor inferior ao do mercado, com o propósito de revendê-la. A confissão do crime pelo suspeito foi crucial para a consolidação do acordo, que foi ratificado pela 1ª Vara Criminal de Criciúma na sexta-feira, dia 21.
Como parte do ANPP, o investigado se comprometeu a cumprir com algumas obrigações: realizar 270 horas de serviços à comunidade e pagar R$ 1 mil em dez parcelas para uma entidade pública ou de interesse social. Caso ele falhe em cumprir esses requisitos, o acordo será imediatamente rescindido.
Este não é o primeiro caso do tipo. Em outubro de 2021, um dono de restaurante que estava sendo investigado no mesmo caso também assinou um acordo com o MPSC após confessar que havia comprado alimentos desviados. Durante as investigações, a polícia descobriu que o acusado estava se desfazendo das embalagens das carnes compradas ilegalmente, levando à apreensão de 70 quilogramas de carne bovina e 81 embalagens vazias de carne bovina que originalmente seriam distribuídas para creches na região.”