Produtores de Içara registraram perda na safra de feijão, milho, soja, na produção de leite e de mel
As fortes e frequentes chuvas que atingiram a região nas últimas semanas causaram danos e prejuízos em várias cidades. Em Içara, não foi diferente.
Dados levantados pela equipe da Epagri e Secretaria de Agricultura apontam perda na safra de feijão, milho, soja, na produção de leite e de mel. Foram 230 hectares de plantio perdidos, ou seja, mais de 8.500 sacas das safras.
De acordo com o engenheiro agrônomo da Epagri de Içara, Saimon Dela Bruna Zeferino, a situação é bastante delicada. “As culturas de inverno estão bastante prejudicadas. O cenário é crítico. Os agricultores estão preocupados, pois não conseguem produzir e não tem renda. Até mesmo o fumo que já está plantado sofre, assim como a pastagem, e isso leva a queda na produção de leite e de carne”, explica, acrescentando que a estimativa é de um aumento em torno de 15% a 30% na comercialização de alguns produtos que devem ser adquiridos de fora.
Dela Bruna ressalta que a cultura de ciclos mais rápidos como a alface tem perda em um período mais curto, “mas também a possibilidade de recuperação mais rápida. Já o feijão, por exemplo, safras inteiras podem ser perdidas, pois o grão acaba brotando na lavoura, a colheita se torna impossível devido ao solo encharcado, uma vez que tudo é feito mecanicamente. E o produto acaba se perdendo na roça”.
O engenheiro ainda comenta que se busca alternativas para minimizar o problema. “Estamos discutindo a construção de abrigos para que a plantação escape da umidade excessiva, pois ela permite a entrada de doenças, com o solo encharcado. A raiz não respira, a gota de chuva rasga as folhas e o maquinário não tem acesso”.
Danos em várias áreas
Segundo o coordenador de Defesa Civil, Nestor Brunel, o prejuízo chega a R$ 1,6 milhão de reais em diversas áreas. Apesar da situação delicada, o município não decretou situação de emergência.
“Não decretamos situação de emergência, mas já estamos trabalhando na recuperação de vias e dando suporte à empresa e às famílias que foram atingidas”, conta Brunel explicando que uma olaria perdeu boa parte da produção e 57 famílias precisaram deixar as suas casas.
“Foram atendidas 1.372 pessoas. Precisaram sair de suas casas 185 delas, mas todas já retornaram aos seus lares. Já recolhemos 21 toneladas de restos de móveis e entulhos. Na próxima semana, provavelmente, faremos outra coleta”, relata.
Já o secretário de Agricultura, Valdelir Darolt, comenta que as estradas estão sendo trabalhadas, neste primeiro momento, nos pontos mais críticos. “Também estamos recuperando pontes e os 25 pontos de drenagem que foram danificados. Na próxima semana devemos finalizar o patrolamento nas vias da região agrícola e aí começaremos a manutenção com saibro nas estradas mais danificadas”.
Darolt revela que são 140 quilômetros danificados, e para a recuperação, serão necessários em torno de 300h/máquina de patrolamento e mais 300h de limpeza com retroescavadeira “e para a drenagem, devemos utilizar aproximadamente 400 drenos”.
O secretário de Serviços Urbanos, Geraldo Baldissera, afirma que os trabalhos nas vias pavimentadas também já começaram. “Iniciamos pela região central e vamos seguir para os bairros”.
Sobre a ponte danificada, na localidade de Santa Funda, e que ficou interditada por alguns dias, o coordenador de Defesa Civil comenta que está em contato com Defesa Civil regional para saber da possibilidade de conseguir um kit de transposição para substituir a ponte da rodovia Alcides Serafin.