Secretário de Educação defende modelo de grandes escolas para atender alunos por regiões, mas promete solução com diálogo

Criciúma

A Secretaria de Educação de Criciúma se manifestou na sexta-feira (21) sobre a proposta de fechamento da Escola Municipal de Educação Básica Augusto Pavei, no Bairro São Domingos. Pais de alunos e moradores da comunidade são contrários à ideia da prefeitura e demonstraram seus posicionamentos em reunião na noite de quinta-feira (20). O secretário de Educação de Criciúma, Celito Cardoso, afirma que a intenção do município está embasada em dados técnicos.

“A escola tem 76 estudantes e 14 deles são de Araranguá. É uma escola que não tem um modelo de ensino que se encaixa mais nos padrões que estamos adotando em Criciúma. É uma unidade relativamente pequena, com apenas três turmas. O primeiro e o segundo ano estudam juntos na mesma sala, com a mesma professora. A terceira série é um pouco maior e tem uma sala separada e o quarto e quinto ano também são na mesma turma. Entendemos que este modelo multisseriado é prejudicial para a qualidade do ensino”, argumentou Cardoso.

Na proposta da prefeitura, os alunos seriam transferidos para a Escola Municipal de Educação Básica José Rosso, no bairro Quarta Linha. “A Secretaria de Educação de Criciúma entende que ter uma escola por bairro não é mais ideal. Queremos construir grandes escolas, com infraestruturas muito melhores e maiores, com salas maker, laboratórios e salas de reforços pedagógicos. A escola José Rosso já está equipada deste forma. Também fizemos isso na escola Filho do Mineiro, no Metropol”, destaca o secretário.

A proposta de unificar escolas foi inspirado em grandes cidades, acrescenta Cardoso. “Em Joinville eles possuem 75 mil alunos e 80 escolas. Nós, com 21 mil alunos, temos 63 escolas e já chegamos a ter 74 unidades”, detalhou.

Solução no diálogo

O secretário reconhece que a primeira reunião com a comunidade foi tumultuada. Ele afirma que compreende a reivindicação dos moradores e pontuou que a prefeitura vai continuar dialogando com os pais e representantes do bairro até que uma solução em comum para o caso seja encontrada.

Durante a reunião na escola Augusto Pavei, os moradores apresentaram dados técnicos para defender a continuidade da unidade de ensino. Eles demonstraram dados de crescimento da comunidade, 2,5 vezes maior do que o crescimento médio do município, resultados em outros processos de avaliação da educação maiores que a média municipal e o prejuízos que eles entendem que o fechamento da escola acarretaria.

“A maioria dos alunos já são transportados de ônibus para chegar na escola. O que estamos propondo é que essas crianças fiquem dez ou quinze minutos a mais neste mesmo ônibus e estudem em uma escola muito mais equipada, uma escola como a José Rosso, que tem nota 7 no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), uma avaliação excelente”, reforçou.

A intenção da prefeitura é entrar em acordo com a comunidade ainda no ano de 2022. Caso a proposta do município seja aceita, os alunos iniciariam o ano letivo de 2023 em uma nova escola. O destino do prédio da atual escola Augusto Pavei também será discutido com a comunidade se a decisão for pelo fechamento da unidade de ensino. Colocação Lucas Renan Domingos, Portal Engeplus.