Para tomar medidas concretas a respeito de assuntos relacionados ao Condomínio Dona Ema, a prefeitura de Içara fará uma reunião com autoridades do município e entidades que possam contribuir para a resolução de problemas ocorridos no local. Há relato de negociação irregular de unidades, fraudes a serviços públicos e questões relacionadas à segurança.

“A implantação do Dona Ema teve o objetivo de tirar as famílias do aluguel. Pessoas que deixaram de pagar R$ 400, R$ 500 por mês, para pagar um financiamento junto à Caixa Econômica Federal de R$ 50, R$ 60 por mês, famílias com uma renda baixa, que essa economia faz diferença no final do mês”, aponta o prefeito Murialdo Gastaldon.

“Mas algumas pessoas saíram do Dona Ema, construído numa parte alta do Tereza Cristina, para não ter problemas de inundação e qualquer dificuldade com o clima, e as casas foram ocupadas”, descreve.

“Algumas pessoas, mesmo sem ter o direito, venderam as casas, o que não pode, porque os imóveis ainda são de propriedade da Caixa Econômica. Só depois de dez anos, e com a quitação do financiamento, as casas poderão ser vendidas. Isso está causando problemas ali e tem outras situações”, reconhece o prefeito.

Segundo ele, a pavimentação em lajota feita no bairro não está boa e existem outros problemas em relação aos serviços públicos. “Algumas pessoas fizeram ‘gatos’ na energia elétrica e isso é um desrespeito. Também tem algum problema pontual de droga”, cita Gastaldon.

“Alguns moradores estavam se sentindo incomodados com os problemas que estavam acontecendo. Dessa forma, chegamos ao consenso de marcarmos a reunião com os prestadores de serviço, juntamente com a prefeitura”, explica a secretária de Assistência Social, Habitação, Trabalho e Renda, Fabiana do Amaral.

De acordo com ela, será solicitado um recadastramento dos atuais moradores. “Se faz necessário o recadastramento para regrar melhor e para que todos se sintam bem”, justifica.

“Para não deixar isso se alastrar, nós fizemos uma reunião com a Caixa Econômica e teremos outra, para fazer com que os moradores que lá estão tenham seus direitos preservados e possam ter a vida digna que eles merecem”, completa o prefeito.

 

Encontro vai encaminhar ações

 

A reunião entre representantes das secretarias de Assistência Social, Planejamento, Educação, Saúde, Polícia Militar, Ministério Público, Cooperaliança, Casan e Caixa Econômica Federal, para discutir a situação do Dona Ema, está marcada para terça-feira, às 14 horas.

“Essa reunião é justamente para definirmos qual ação de mutirão mais cabível para resolvermos os problemas. Com certeza, dessa reunião sairá uma decisão de ações concretas a respeito do assunto”, projeta a secretária Fabiana do Amaral.

Segundo ela, denúncias chegam ao Departamento de Habitação com relação à venda de casas realizadas nas redes sociais, como o Facebook. De acordo com a secretária, dez unidades estão em processo judicial movido pela Caixa a respeito de moradores que supostamente ocupam o local de forma irregular.

A síndica e a subsíndica também foram convocadas para a reunião. Conforme Fabiana, problemas de segurança, administrativos, de falta de pagamento de condomínio e de taxa condominial, de relacionamento entre vizinhos e de família são os principais pontos que serão tratados na reunião.

“Vamos traçar estratégias e ações mais efetivas no residencial. A gente quer ouvir todo mundo, já que é um anseio dos moradores. Precisamos tomar providências para evitar que os problemas se agravem”, afirma a secretária.