Com o rápido esgotamento dos leitos de UTI pelo Sistema SUS em Santa Catarina, governo estadual discutiu ocupação de leitos particulares
Da Redação
O modelo para a contratação de leitos de UTI na rede privada para o enfrentamento da pandemia de Covid-19 foi o tema de um encontro virtual na manhã de ontem (14). Participaram da reunião o secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro, e representantes das prefeituras da Grande Florianópolis, do Ministério Público estadual e do Ministério Público de Contas. Por conta do aumento significativo da ocupação dos leitos públicos, os entes públicos entendem como necessária a contratação na rede hospitalar privada, porém os chamamentos públicos realizados até agora não tiveram interessados.
A dificuldade se dá por conta da oferta de pagamento da tabela SUS, considerada insuficiente pelas unidades privadas. Em função disso, o Estado irá propor um formato de edital que englobe uma complementação desse valor. Após esse trâmite, o modelo voltará a ser discutido com as prefeituras e os órgãos de controle.
“Essa será mais uma ação do Estado no combate à pandemia, entre as tantas que já foram realizadas desde a implementação do Centro de Operações de Emergências em Saúde (Coes), em 12 de março. Estamos enfrentando uma dificuldade extrema na contratação dos leitos privados, e a conversa de hoje foi importante para o alinhamento das ações”, diz Motta Ribeiro.
Boletim não divulga leitos ocupados
O estado ontem não informou a quantidade de leitos ocupados e livres no boletim epidemiológico diário feito durante pandemia. O Governo alegou que isto é devido à mudança na forma de contabilizar os leitos de UTI desocupados. “O sistema está passando por ajustes e, até o momento, esta informação não está disponível”, informaram.
No dia anterior, segundo o boletim de segunda-feira (13), o Estado tinha apenas 389 leitos livres. Dos 1.376 leitos de UTI existentes pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Santa Catarina, 987 estavam ocupados, sendo 376 por pacientes com confirmação ou suspeita de infecção por coronavírus. A ocupação era, portanto, até segunda-feira de 71,7% dos leitos pelo SUS.