Prefeito de Chapecó critica governador Jorginho Mello e delegado Ulisses Gabriel, enquanto ganha apoio de prefeitos e se posiciona como alternativa de direita em SC

Da Redação

Na manhã de ontem (27), o prefeito de Chapecó e pré-candidato a governador de Santa Catarina em 2026, João Rodrigues (PSD), usou o programa Em Dia com a Cidade, da rádio Cidade em Dia, para criticar duramente o atual governador Jorginho Mello (PL) e o delegado geral da Polícia Civil de Santa Catarina (PCSC), Ulisses Gabriel. Rodrigues questionou o profissionalismo de Ulisses, chamando-o de “cabo eleitoral”, e alfinetou Jorginho, afirmando que o estado “pode mais” do que o atual governo tem oferecido. As declarações acirram os ânimos para a disputa eleitoral de 2026, que promete ser polarizada entre os dois nomes.

Governo estadista

João Rodrigues não poupou críticas ao governo de Jorginho Mello, reconhecendo alguns méritos, mas destacando falhas na gestão. Ele apontou a falta de diálogo com o governo federal para a conclusão de obras importantes, como a BR-470 e a duplicação da BR-282, e classificou a situação da saúde em Santa Catarina como um “problema crônico” sem “luz no fim do túnel”. O prefeito de Chapecó também comparou Jorginho ao ex-governador Luiz Henrique da Silveira, afirmando que o atual governador não chega aos pés do antecessor. “São poucos os políticos que podem chegar ao nível dele, que sempre foi meu adversário”, disse Rodrigues, destacando a necessidade de um líder estadista que priorize a gestão em vez de embates políticos.

Crítica ao delegado

As críticas de Rodrigues também se estenderam ao delegado geral da PCSC, Ulisses Gabriel, que é suplente de deputado estadual e pré-candidato ao cargo. O prefeito questionou o papel de Ulisses em eventos políticos, perguntando se ele atuava como “delegado ou cabo eleitoral”. Rodrigues ainda acusou o delegado de usar sua posição para perseguir adversários. “Eu não posso deixar de apontar o comportamento isolado do CPF, do delegado geral Ulisses Gabriel, que participa de evento político, que mira seus adversários”, afirmou.

Em resposta, Ulisses Gabriel enviou uma nota à rádio Cidade em Dia, defendendo a atuação da PCSC como “técnica e imparcial” e destacando que, nos dois anos do governo Jorginho, foram realizadas 73 operações com ordens judiciais em 60 municípios. O delegado também ameaçou entrar com ações criminais e cíveis contra Rodrigues por “ilações injuriosas, difamatórias e caluniosas”. João Rodrigues, por sua vez, rebateu dizendo que “o delegado mistura a instituição [Polícia Civil] para tentar se defender” e garantiu que acionará meios legais para investigar a conduta de Ulisses.

Verdadeira direita

Além das críticas a Jorginho e Ulisses, João Rodrigues reforçou sua identidade como um político de direita, diferenciando-se do governador. Ele destacou que nunca apoiou o PT, Dilma Rousseff ou Luiz Inácio Lula da Silva, e criticou o PL, partido de Jorginho, por ter sido aliado do PT no passado. “O PL foi vice de Lula por dois mandatos com José de Alencar, e o presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto, foi figura central no mensalão. Não dá para esquecer disso”, afirmou Rodrigues, que se autodenominou o “único candidato verdadeiramente de direita” em Santa Catarina.

O prefeito de Chapecó também destacou sua trajetória política e administrativa, lembrando que foi reeleito com 83% dos votos em 2020. Ele prometeu focar em propostas concretas para o estado, priorizando a gestão eficiente e o respeito aos cidadãos. “É sobre capacidade de gestão, realização, empatia e respeito pelas pessoas. Não basta ganhar a eleição; é preciso governar, resolver os problemas. Foi isso que fiz em Chapecó, e é isso que quero fazer por Santa Catarina”, afirmou.

Apoio de prefeitos

João Rodrigues também ganhou o apoio do prefeito de Pedras Grandes, Agnaldo Filippi (PP), que criticou a direção estadual do PP por apoiar Jorginho Mello sem consultar a base partidária. Filippi elogiou Rodrigues como um “grande gestor” e destacou a importância do municipalismo na administração pública. “O que nós identificamos no João Rodrigues é um grande gestor, exercendo agora o quarto mandato com mais de 80% de aprovação popular. Ele é um político que vai à rua, conversa com as pessoas e entende que os recursos precisam estar na mão dos prefeitos”, afirmou.

Filippi também criticou o descaso do governo estadual com obras importantes, como a pavimentação da Rodovia da Imigração Italiana, que liga Pedras Grandes à Azambuja. Ele lembrou que a obra é uma dívida histórica com os imigrantes italianos e que o governo estadual não cumpriu uma decisão judicial que obrigava a liberação de recursos. “Outro dia falei que o governador Jorginho Mello desrespeita até a própria família. Os netos dele, filhos do Filipe Mello, são daqui de Pedras Grandes, da Azambuja. Quando ele nega recursos para terminar a Rodovia da Imigração Italiana, não está apenas desrespeitando um contrato, mas também a história e as origens da sua família”, disse Filippi.

Disputa acirrada para 2026

As declarações de João Rodrigues e o apoio de prefeitos como Agnaldo Filippi indicam que a disputa pelo governo de Santa Catarina em 2026 será marcada por polarização e embates políticos. Enquanto Jorginho Mello busca consolidar sua base bolsonarista, João Rodrigues aposta em sua experiência administrativa e em um discurso de coerência ideológica para conquistar o eleitorado catarinense. Com críticas ao governo atual e promessas de uma gestão eficiente, Rodrigues já aquece a corrida eleitoral e se posiciona como uma alternativa de direita no estado.