Nutricionistas alertam para os riscos de saúde ligados a carboidratos refinados, associados a ganho de peso e problemas crônicos
Da Redação
Os meses de verão trazem uma busca crescente por alimentos refrescantes como sorvetes, picolés, refrigerantes e bebidas alcoólicas. Entretanto, o consumo excessivo de produtos ricos em carboidratos refinados — presentes nesses alimentos — preocupa especialistas devido aos impactos significativos na saúde.
“Os carboidratos refinados estão diariamente na mesa dos brasileiros e incluem itens como pães brancos, massas, doces, sorvetes e refrigerantes”, afirma a nutricionista Luiza Hammerschmitt Chiappa, do Unimed Personal. Esses carboidratos, explica Luiza, são obtidos removendo as partes mais nutritivas dos grãos, como farelo e germe, resultando em alimentos de alta carga glicêmica, que causam picos rápidos de glicose no sangue.
De acordo com as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), o consumo de açúcares livres, incluindo carboidratos refinados, não deve ultrapassar 10% da ingestão calórica total diária, ou cerca de 50 gramas em uma dieta de 2.000 calorias. No entanto, a American Heart Association recomenda limites ainda mais rigorosos: 25 gramas diárias para mulheres e 36 gramas para homens. “Esses limites são facilmente ultrapassados no verão, quando a ingestão de bebidas açucaradas e sorvetes aumenta consideravelmente”, destaca Luiza.
Impactos na saúde
O consumo excessivo de carboidratos refinados pode gerar uma série de consequências, desde ganho de peso até doenças crônicas. “Esses alimentos não apenas promovem baixa saciedade, mas também desencadeiam um ciclo perigoso de picos e quedas nos níveis de glicose no sangue”, alerta a nutricionista. Essa instabilidade, por sua vez, aumenta a fome e leva ao consumo exagerado de calorias.
Luiza destaca problemas específicos associados a dietas ricas em carboidratos refinados, como obesidade, resistência à insulina, diabetes tipo 2, inflamação crônica, doenças cardiovasculares e até alguns tipos de câncer. Além disso, há impactos na digestão e na saúde mental. “A falta de fibras pode causar constipação, enquanto flutuações nos níveis de açúcar podem levar a alterações de humor e até a um risco maior de depressão e ansiedade”, sublinha.
O ciclo interminável
O mecanismo fisiológico por trás do consumo exagerado de carboidratos refinados reforça um ciclo difícil de quebrar. “Esses alimentos são rapidamente digeridos, promovendo picos de glicose seguidos por quedas abruptas. Isso aumenta a fome pouco tempo após a refeição, criando um padrão de ingestão calórica elevada e desejo por mais açúcar”, explica Luiza.
O verão, com sua ampla oferta de sorvetes, bebidas alcoólicas e refrigerantes, intensifica essa tendência. “É natural que o calor favoreça o consumo desses alimentos, mas é preciso moderação para evitar danos à saúde a longo prazo”, orienta a nutricionista.
Alternativas saudáveis
Adotar uma dieta equilibrada, com opções mais nutritivas, é essencial para escapar desse ciclo. “Substituir carboidratos refinados por alimentos integrais, como pães, massas e arroz integrais, quinoa, mandioca e frutas, é uma solução eficaz”, sugere Luiza. Esses alimentos promovem uma digestão mais lenta, aumentando a saciedade e estabilizando os níveis de açúcar no sangue.
Para garantir uma alimentação saudável, a nutricionista recomenda combinações equilibradas: “Inclua frutas, verduras, legumes e proteínas magras nas refeições. Esses alimentos oferecem nutrientes essenciais e promovem bem-estar a longo prazo”.
A conscientização sobre os riscos associados ao consumo excessivo de carboidratos refinados, especialmente no verão, é fundamental. “É preciso prestar atenção aos sinais do corpo e fazer escolhas alimentares conscientes”, finaliza Luiza.