Bombeiros compartilham dicas em caso de engasgo por leite materno

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É fundamental que os familiares estejam cientes da importância da amamentação, mas sem descuidar deste risco e saber agir em caso de emergência

Da Redação

Ontem (1º), foi comemorado o Dia Mundial da Amamentação, que tem como objetivo ressaltar a importância do leite materno como o principal e mais completo tipo de alimentação para os bebês. E para que essa prática seja segura, é fundamental que os familiares estejam cientes dos possíveis riscos, atentos aos sintomas e, principalmente, preparados para agir em caso de emergência.

“A calma é a principal aliada quando um familiar se depara com uma situação de engasgo durante a amamentação. Boa parte dos casos de obstrução de vias aéreas por corpo estranho (OVACE) em bebês acontecem durante a lactação, então o mais importante é manter a calma e, caso saiba como proceder, realizar a manobra de desobstrução de vias aéreas”, afirma o presidente da coordenadoria de atendimento pré-hospitalar do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC), tenente-coronel BM Henrique Piovezam da Silveira.

Caso não saiba como proceder, é fundamental acionar o CBMSC pelo telefone de emergência 193, onde os atendentes devem repassar as primeiras orientações.

De acordo com a presidente da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia Pediátrica (ABOPe) e membro da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), dra. Claudia Schweiger, nos primeiros dias de vida esse tipo de engasgo pode ter como causa o excesso de leite, associado ao fato do bebê ainda estar aprendendo a mamar. “Um sinal bastante comum é o bebê ficar ofegante enquanto mama. Isso pode estar associado ao excesso de leite e tentativa do bebê em engolir tudo. Outros sinais são a criança se afastar com frequência do peito enquanto mama e/ou tentar segurar o mamilo durante a mamada”, afirma a presidente.

Como realizar a manobra de desobstrução de vias aéreas

  • coloque seus dedos indicador e médio no queixo da criança, mantendo a boca aberta;
  • coloque a barriga do bebê sobre o seu antebraço e uma perna de cada lado;
  • deixe a cabeça mais baixa em relação ao corpo;
  • inicie leves tapas na região das costas do bebê até que as vias aéreas sejam liberadas.

O sinal de que a criança voltou a respirar é quando ela vai iniciar um choro. Neste momento coloque a criança com as costas em seu peito e limpe qualquer secreção que esteja na boca ou nariz. Não esqueça de acionar o CBMSC pelo 193 ou SAMU pelo 192 para que a criança seja avaliada.

Ainda de acordo com a presidente da ABOPe, uma avaliação com um otorrinolaringologista após esse episódio também é indicada, principalmente se houver engasgos recorrentes, pois pode indicar alguma alteração na via aérea, como uma anomalia congênita da via aérea (laringomalacia, cisto na base da língua, paralisia de pregas vocais, etc), por exemplo.

Na foto que ilustra esta matéria está a cabo Camila João amamentando seu filho Antônio.