Primeiro trecho da rodovia tem apenas 1,5% dos serviços executados

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Previsão para a obra seria a conclusão até novembro de 2023

Içara

Iniciados no ano passado, os serviços para duplicação da Rodovia Paulino Búrigo (SC-445), no trecho entre a Vila São José e a BR-101, dificilmente serão finalizados até 25 de novembro deste ano, como prevê o contrato firmado entre o Governo do Estado e a empreiteira vencedora da licitação. Isso porque, após quatro meses da entrega da ordem de serviço, a obra pouco avançou.

“Essa obra está apenas no início da implantação. Do valor dela, de R$ 43,7 milhões, até a quarta medição, em fevereiro, o valor total (apurado) era de R$ 673 mil, ou seja, 1,5% dos serviços foram executados até então”, informa Ademir Honorato, coordenador regional da Secretaria de Estado da Infraestrutura.

A medição de obra trata-se da mensuração do trabalho realizado e dos materiais utilizados na execução, com a devida indicação dos custos envolvidos no projeto. O boletim gera uma nota fiscal, que deve ser paga pelo contratante, no caso, o governo estadual.

As informações relacionadas ao pagamento ainda não chegaram ao coordenador regional. “Porém, todas as obras do Sul estão com o mesmo problema. Foram lançadas obras de R$ 40 milhões, R$ 60 milhões, R$ 100 milhões, R$ 230 milhões e foi pago 1%, 1,5%. Então, essa engenharia financeira ainda está sendo estudada”, explica.

Conforme o projeto, o trecho de pouco mais de 2,5 quilômetros receberá a ampliação do asfalto para até três pistas em cada lado, pavimentação de alças de acesso e retorno em alguns pontos, como nos quartéis da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, e a construção de uma ciclovia.

Segundo trecho

De acordo com o coordenador regional, ainda não há informações sobre o segundo trecho da duplicação da rodovia, de Vila São José até a Avenida Jorge Elias de Luca, no limite com Criciúma, uma extensão de aproximadamente sete quilômetros. “Primeiro vamos trabalhar sobre tudo o que já está lançado. O governo está fazendo essa engenharia financeira”, afirma.

Assim como no primeiro trecho, a elaboração do projeto executivo foi assumida pela prefeitura de Içara. “Ainda não houve a entrega definitiva porque o projeto continua em análise pelos técnicos da Secretaria de Infraestrutura e recebendo os ajustes que são solicitados”, expõe o diretor presidente do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto e Serviços Urbanos de Içara, Israel Jorge Rabelo.

Empresários reclamam

Pelo pouco andamento da obra, forças empresariais e políticas foram mobilizadas pela Associação Empresarial de Içara na sexta-feira (31). A partir deste encontro, a intenção agora é  sensibilizar os parlamentares do Sul de Santa Catarina com o propósito de chegar ao Estado com a demonstração do peso que tem a duplicação para o desenvolvimento regional.

“Nós observamos a desaceleração da obra e ficamos preocupados. De imediato, procuramos a empresa contratada para entender como estava a situação. A ordem de serviço foi entregue em novembro, com serviços já prestados em dezembro, inclusive, pagos. Entretanto, não foi autorizado o faturamento da continuidade. Precisamos dessa segurança do Estado para uma reprogramação das atividades”, indica a presidente da Associação Empresarial de Içara, Tatiana Pavei da Silva. “Trata-se de uma obra regional, que vai também atrair investimentos e precisamos estar unidos para isso”, sublinha o empresário, Zefiro Giassi.

“Muito importante esse movimento. Agradeço imensamente, pois reúne pessoas que se preocupam com a cidade. É a maior obra do município hoje, de caráter regional, sob realização do Governo do Estado. Fizemos tudo o que nos cabia para agilizar o processo, dividindo em dois trechos, sendo o menos complexo este que já foi autorizado”, acrescenta a prefeita Dalvania Cardoso (PP). “Vamos estar todos juntos, também com os parlamentares e o Governo do Estado, para que tenhamos agilidade na execução dessa importante obra”, pontua o presidente da Câmara Municipal, Max Luiz (PL). Colaboração Andreia Limas, Canal Içara.