Suzana Naspolini perde a luta contra o câncer

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Natural de Criciúma, repórter da Globo Rio tinha 49 anos e era filha da ex-vice prefeita Maria Dal Farra Naspolini

Criciúma

“Oi, amigos, Julia aqui. É com o coração doendo que venho contar pra vocês que a mamãe não está mais com a gente. Ela lutou muito, nossa guerreira! Agradeço muito pelas orações, muito mesmo, muito obrigada, mas infelizmente não deu”, escreveu a filha de Suzana Naspolini no Instagram da mãe na noite de terça-feira (25).

Suzana, natural de Criciúma, já havia enfrentado a doença quatro vezes. Em 2019, ela revelou no programa “Encontro” que o primeiro câncer aos 18 anos. O quinto tratamento começou em 2020. No último mês, a saúde da jornalista se deteriorou. Na sexta-feira (21), Júlia, de 16 anos, chegou a pedir orações para a mãe no Instagram.

“Eles [equipe médica] disseram que não sabem mais o que fazer, não sabem mais se tem alguma coisa para ser feita. O estado dela é muito grave. E eu não sei o que fazer. A única coisa que eu consegui pensar em fazer que eu acho que ela gostaria que eu fizesse é vir aqui pedir oração para vocês, eu sei o quanto ela acreditava no poder da oração”, disse, emocionada.

A jornalista ficou conhecida no RJTV da Globo. Com bom humor e disposição, ela visitava os locais que moradores denunciavam que havia irregularidades. Seu falecimento foi divulgado nos jornais da emissora, inclusive o Jornal Nacional.

Criciumense

Susana, era filha da ex-vice-prefeita de Criciúma e professora da Unesc Maria Dal Farra Naspolini e de Fúlvio Naspolini, já falecido. Nasceu em 20 de dezembro de 1972. Estudou no Colégio São Bento até concluir o ensino médio, ingressando na faculdade de jornalismo, aos 17 anos, na UFSC.

Após cursar um ano de jornalismo, em 1991, trancou a faculdade para fazer teatro no Rio de Janeiro. Retomou à faculdade, começou a trabalhar como repórter e apresentadora no SBT de Florianópolis, até se formar em 1994.

Formada, trabalhou na RBS de Criciúma, atuando como repórter, editora e apresentadora do Bom Dia Santa Catarina da região; em 1998 atuou como editora chefe, apresentadora do RBS Joinville, e no ano de 2000, implantou o projeto Clic-RBS na internet.

Em seguida, em São José dos Campos, em São Paulo, trabalhou na TV Vanguarda; no Rio de Janeiro como repórter da Globo News; como assessora de imprensa na APPROACH, na TV Futura e em 2005 voltou para a TV Globo Rio, atendendo os bairros e seus moradores promovendo a busca de melhorias para o local onde vivem.

Em 2001 casou com o narrador de futebol da TV Globo Maurício Torres, morto por um ataque cardíaco. No dia 21 de abril de 2006, nasceu Julia, filha e grande amor de sua vida.

Ela foi diagnosticada com câncer nas células do sistema linfático pela primeira vez aos 18 anos. Aos 37, foi identificado um câncer de mama e, em seguida, um na tireoide. Em 2016, foi acometida novamente por um câncer de mama, que se espalhou para os ossos em 2020.

Condolências

Na região, vários órgãos divulgaram notas de pesar, como Unesc, onde trabalha como professora a mãe de Susana e a Prefeitura de Criciúma, que disse: “Susana, profissional talentosa e que construiu sua carreira focada em jornalismo de televisão, ascendeu de Santa Catarina para todo o Brasil e fez história com a linguagem popular característica de suas reportagens”.

Sepultamento em Criciúma

O corpo da jornalista Susana Naspolini será velado e sepultado nesta sexta-feira (28), em Criciúma. Na manhã de hoje (27), uma cerimônia em homenagem a Susana acontece no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Depois o corpo será transladado para Criciúma, onde o velório acontecerá na capela mortuária do cemitério municipal do Bairro São Luiz no período da manhã.