Ações têm foco na conscientização dos pais e alunos sobre a importância de frequentar a escola ou apresentar as atividades do ensino remoto.
Içara
A Secretaria de Educação de Içara lançou a campanha “Evasão escolar é assunto sério!”. A iniciativa contará com uma série de ações para combater o problema enfatizar, junto aos pais, sobre a importância de frequentar as aulas.
As aulas iniciaram no dia 22 de fevereiro, com três sistemas. “O aluno pode estar presencial e online, somente online ou totalmente remoto, recebendo os materiais impressos. A nossa preocupação maior, quando levantamos esta campanha, é com os alunos que estão em sistema remoto ou online e não têm feito as devolutivas das atividades enviadas pelos professores”, destaca a secretária de Educação de Içara, Rose Reynaud, frisando que as frequência escolar é registrar a partir do envio desses materiais devidamente respondidos.
No município cabe aos pais a decisão pelo sistema de ensino que os filhos utilizarão durante a pandemia, contudo, a gestora salienta a importância de estar em sala de aula. “Desejamos conscientizar as famílias responsáveis pelas crianças que a escola é um lugar seguro. Apesar de estarmos numa pandemia, em que precisamos ter todos os cuidados necessários, as escolas têm tomado todas as medidas exigidas por lei”, garante, informando que a opção dos pais é sempre respeitada. “Mas eles precisam entender a importância de acompanhar os filhos. Além disso, queremos incentivar que possam enviar os alunos, pois é na escola que eles receberão mais estímulos do que se permanecerem apenas em casa”, analisa.
“O acompanhamento do aluno nas aulas presenciais ou semipresenciais certamente tem maior desenvolvimento que os que estão em ensino remoto. Os estímulos por parte dos professores e a interação com os colegas preenchem também a parte social e emocional, que farão a diferença no futuro”, enaltece, lembrando que os estudantes que têm pouca frequência ou se evadem da escola terão dificuldades em encontrar um emprego e, se encontrarem, as condições de remuneração serão mais baixas. “Isso faz com que o ciclo da pobreza se perpetue, o que o Governo de Içara não deseja aos seus cidadãos. A prefeita Dalvânia Cardoso cita que a cidade é a que mais cresce na região e, por isso, desejamos que esse crescimento também se reflita em qualidade de vida, o que é alcançado principalmente com uma boa educação”, comenta.
Atualmente, 75% dos estudantes frequenta o sistema presencial. “Nossa preocupação é que os que estão em aulas remotas consigam desenvolver as atividades e, se possível, venham para o presencial”, pontua, destacando que os cuidados com a pandemia, mantidos nas unidades de ensino, acabam repassados às famílias. “Visito várias escolas e percebo, desde a educação infantil, a preocupação dos pequenos de não tirarem a máscara e usarem o álcool em gel. Muitas vezes, as crianças aprendem e levam os hábitos aos adultos”, enfatiza.
Entre os motivos para a evasão escolar, Rose destaca a distância das escolas, dificuldades de transporte ou necessidade de ajudar os pais a cuidar dos irmãos, além do bullying. “Por isso é preciso que todos os professores mantenham-se sempre atentos a essas necessidades. Realizamos capacitações periodicamente para que se evite, ao máximo, a evasão”, afirma, ressaltando as ferramentas para combater esta situação. “Temos a plataforma Busca Ativa, em parceria com a Ondime e a Unicef, além do Programa Apóia, em parceria com o Ministério Público de Santa Catarina”, explica.
As razões para as faltas ou abandono das aulas, muitas vezes, independem da vontade dos pais. “Nosso desejo é que, se o pai está com dificuldade, faça contato com os professores e expliquem a situação, mas não impeçam que os filhos frequentem os ambientes educacionais”, aponta, destacando que, principalmente, entre zero e dez anos de idade, o cérebro é mais desenvolvido e que a falta desta estimulação pode provocar perdas, em alguns casos, irreversíveis.