Júlio Garcia rebateu durante a sessão ordinária ontem (6) as denúncias apresentadas pelo Ministério Público Federal
O presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, deputado Júlio Garcia (PSD), rebateu, durante a sessão ordinária ontem (6), as denúncias recentemente apresentadas contra ele pelo Ministério Público Federal (MPF). O parlamentar afirmou que se manteve em silêncio sobre o assunto, já que os inquéritos estavam em segredo de Justiça, mas, em virtude de vazamentos à imprensa, optou por dar satisfação aos deputados.
Júlio Garcia destacou que detém “carreira política reta e ilibada, não havendo qualquer ato ao longo desses 40 anos de vida pública de que possa me envergonhar”. Ele disse que esteve em diversos cargos no poder público, como no Besc, Casan e Badesc, além de ter ocupado três vezes a Presidência da Assembleia. “Não respondi nenhum processo nos cargos em que passei”, disse.
O deputado disse que as investigações do MPF surgiram a partir de declarações de um empresário à Receita Federal, o qual não conhece, às quais apontavam que o parlamentar seria beneficiado com dinheiro advindo de propina cobrada de contratos com a Secretaria de Estado da Administração. Diante dessas declarações, Júlio Garcia afirmou que foi alvo de quebra de sigilos e monitoramento, sem que tenham sido encontradas provas de qualquer ilicitude.
“O que posso dizer com absoluta certeza é que nada de concreto que desabone a minha conduta pública, política ou privada foi encontrado ou desvendado, embora, segundo penso, eu estivesse desde o início dessa operação como alvo primário, ao lado de outras figuras proeminentes do Estado, contra as quais também nada de imoral ou ilegal foi revelado”, declarou.
Para o presidente, a insistência do MPF em investigá-lo está relacionada com a sua amizade com o então secretário-adjunto da Administração e com um empresário vencedor de licitação nesta pasta. “Tudo o que tenho ou adquiri tem a marca do lícito, do que recebi ao longo de minha vida pública, com o meu esforço e o meu trabalho, nada que demonstre fortuna”, comentou.
O parlamentar lembrou que outras investigações do MPF, que causaram a execração pública de empresários e autoridades, terminaram com a absolvição dos denunciados pela Justiça Federal. Julio Garcia afirmou que as denúncias são abusivas e ineptas, “apresentadas por açodamento e por interesses subalternos, que resvalam para o campo dos interesses ou sentimentos pessoais, já convictos os acusadores da culpabilidade antecipada, sem que a defesa fosse exercida, prove-se o que se queira provar”.
O presidente chamou a atenção para o fato que a primeira denúncia foi apresentada “de afogadilho”, às vésperas da votação do pedido de impeachment do governador e da vice pelo Plenário da Assembleia. Ele ressaltou, ainda, que antes mesmo da apresentação da denúncia à Justiça, a imprensa já tinha conhecimento do seu teor, “numa demonstração cabal de vazamento interno, por ação ou omissão dos integrantes da força tarefa, que deveriam zelar pelo seu sigilo até que levantado judicialmente”.