O medo dos pequenos irem ao banheiro não é um problema tão incomum, os pais sofrem, as crianças sofrem, até que de fato esse problema seja resolvido.
Penicos que falam, cantam e até parabenizam a criança; redutores de assento, papel higiênico colorido, vasos sanitários de personagens infantis, músicas temáticas. Existe todo um mercado estruturado para ajudar as pessoas a lidar com ele desde cedo. Sim, estamos falando do cocô!
O controle dos esfíncteres é adquirido, para a maior parte das crianças, de modo natural, por volta dos três anos, geralmente acompanhado pelo auxílio e supervisão dos cuidadores, processo denominado de treino ao toalete ou desfralde. O ato de fazer cocô pode ser literalmente a parte mais difícil da vida de uma criança, porém antes de você querer que seu filho consiga usar o banheiro regularmente, precisa se certificar de algumas coisas.
Antes de tudo, as crianças precisam estar com o intestino preso durante semanas e não para aquelas que tiveram problemas durante alguns dias.
Uma vez diagnosticada a prisão de ventre, o tratamento deve começar com uma “limpeza”. O objetivo é gradualmente se livrar das fezes duras que se acumulam no cólon. Crianças com constipação crônica precisam de mais de dois meses de tratamento com laxante para obter resultados (tudo com acompanhamento médico, claro!). Tudo isso para casos que medidas como mudança na dieta não funcionam.
Em uma pesquisa realizada na Virgínia, pesquisadores pediatras não recomendam um tratamento longo e, portanto, atrasam a recuperação do paciente, pois com o tratamento adequado, o cólon do seu filho pode voltar a um tamanho e forma normais, e é fundamental continuar o processo enquanto cura.
No entanto pesquisas mostram que muitas crianças precisam de terapia, neste caso o processo as vezes pode ser de médio a longo prazo, tendo em vista o grau da dificuldade e suas possíveis causas.
Mas os pais chegam no consultório normalmente com a mesma indagação, porque meu filho não consegue fazer?
No período do controle das esfíncteres, a criança em sua maioria, acredita que o cocô, é parte dela, e por isso sofre com esse desapego, é como se uma parte de seu membro estivesse indo embora, em outros momentos pode-se perceber a falta de paciência que foi desenvolvida no período inicial desse processo, e ai de fato se precisa fazer um bom diagnostico para encontrar a causa do medo.
Para que o treino ao toalete não se torne um evento aversivo para a criança, é importante observar o desenvolvimento dos comportamentos chamados de habilidades de prontidão que sinalizarão o sucesso, ou não, no uso adequado ao banheiro, por exemplo: expressar verbalmente a necessidade de evacuação; habilidades motoras como puxar ou abaixar as calças e levantar-se do vaso sanitário; compreender e seguir regras simples; e reter a urina por aproximadamente duas horas (o que indica certo controle de esfíncter).
Entretanto, estratégias terapêuticas combinadas apresentam resultados mais satisfatórios, uma vez que tal patologia é multideterminada, logo o punir pode piorar o problema.
A melhor estratégia é auxiliar a criança na compreensão do que está acontecendo por meio de histórias e elementos lúdicos. Ensiná-la a usar o banheiro regularmente por meio de um calendário, por exemplo, regular a alimentação e incentivar a prática de exercícios físicos também são estratégias relevantes presentes no tratamento. E mantenha calma, para que tudo ocorra naturalmente.