Economia em foco – 23/07/2019

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A Bolsa de Valores nas últimas semanas

Após a euforia encadeada pela aprovação na Comissão Especial da Reforma da Previdência no dia 04 de julho e posteriormente em primeiro turno no plenário na Câmara dos Deputados no dia 12 de julho, a Bolsa alcançou uma máxima histórica de quase 107 mil pontos. Após uma correção que trouxe o índice Bovespa/B3 de volta para o patamar de 103 mil pontos com os investidores realizando lucros, uma certa lateralidade se manteve, com o mercado aguardando notícias positivas da conjuntura econômica brasileira e internacional.

A bolsa nas próximas semanas

A ruptura do patamar dos 100.000 pontos continua consolidada, e a tendência de curto e médio prazos continua sendo de alta, com o mercado proporcionando ótimas oportunidades de negócios na Bolsa de Valores, especialmente no mercado de Small Caps.  As próximas semanas consolidarão as tendências observadas, possivelmente com alguma lateralização, visto que o índice vem testando o patamar de suporte de 103 mil pontos, como foi previsto anteriormente nesta coluna. Se não ocorrer a ruptura do suporte de 103 mil pontos para o de 100 mil, a tendência é que ocorra uma nova rodada de compras no mercado.

O dólar futuro essa semana

Apesar da alta observada nos últimos dias, a moeda continua em uma tendência de queda no médio. O patamar de suporte da moeda estrangeira continua na região dos R$3,650 R$/US$, valor respeitado no mercado tanto no início de fevereiro desse ano quanto no final de outubro de 2018.

Expectativas para a Economia I

O Relatório Focus, divulgado semanalmente pelo BACEN, resume as estatísticas calculadas considerando as expectativas de mercado coletadas até a sexta-feira anterior à sua divulgação, sendo sempre divulgado em todas as segundas-feiras. O relatório traz o comportamento semanal das previsões para índices de preços, atividade econômica, câmbio, taxa Selic, entre outros indicadores. Essas informações são muito influentes para a conduta da Política Monetária executada pelo BACEN, pois direcionam o rumo da taxa de juros SELIC. Pela primeira vez em mais de 20 semanas a previsão de crescimento do PIB foi revisada para cima: de 0,81% na semana anterior para 0,82% nesta semana. Porém, a tendência para a previsão de crescimento do PIB continua em tendência de queda, uma vez que a mediana de 4 semanas atrás era de 0,87%. Os analistas do mercado financeiro revisaram suas expectativas para a taxa SELIC, com valor em 5,75% ao ano até o fim de 2019. Quanto à inflação, mensurada pelo IPCA, também houve revisão das expectativas: o mercado considera que o IPCA pode atingir 3,77% até o fim de 2019. Há quatro semanas o mercado considerava que o fechamento de 2019 para o IPCA seria de 3,80%. O valor esperado para o dólar até o fim do ano diminuiu em comparação ao que se acreditava há um mês atrás, com valor esperado de 3,75 R$/US$ no fim de 2019, em comparação aos 3,80 R$/US$ de quatro semanas atrás.

Expectativas para a Economia II

O mercado tem revisto frequentemente o valor esperado para o saldo em Conta Corrente, mensurado em bilhões de dólares. Atualmente o mercado prevê que o saldo para o fim de 2019 será de US$ -22 bilhões. Essa conta registra as entradas e saídas devidas ao comércio de bens e serviços, bem como pagamentos de transferências do Brasil com o exterior. Há pouco mais de 4 semanas o mercado acreditava que esse valor seria ainda menor, em torno de US$ -23 bilhões. Os Investimentos Diretos no País esperados para 2019 foram estimados em US$ 85 bilhões, por sua vez, crescendo um pouco quando comparada a previsão de um mês atrás, estimada em US$ 84,30 bilhões.

Expectativas para a Economia III

A arrecadação federal teve eu melhor primeiro semestre desde 2014. No primeiro semestre, a arrecadação de impostos, contribuições e demais receitas federais somou R$ 757,5 bilhões, – o melhor resultado para o primeiro semestre dos últimos cinco anos. Deflacionando com a inflação acumulada em 2019, o valor chega a R$ 763,2 bilhões. Somente em junho, a arrecadação federal somou R$ 119,9 bilhões, crescimento real de 8,2% se comparado com o mesmo período do ano passado. O valor ainda se encontra relativamente longe do patamar de R$ 773,4 bilhões do primeiro semestre de 2014, mas mostra que a tendência de recuperação iniciada em 2017 se mantém robusta. Esta alta, entretanto, não representa muito alento para as contas nacionais, visto que o déficit primário previsto para 2019 é de R$ 104,3 bilhões.

Economista Ismael Cittadin – Professor do curso de Ciências Econômicas da UNESC Contato: ismaelcittadin@gmail.com