O Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd) completa 21 anos de existência em Santa Catarina. Criado com o intuito de orientar crianças e adolescentes a ficarem distantes das drogas, o Proerd de Içara já está desde 2001 em funcionamento. Em 18 anos de existência no município, 16.134 mil alunos já foram formados.

O policial Hélio de Souza Nascimento, que já foi coordenador do Proerd e atualmente instrui duas turmas do quinto ano, já trabalhou com aproximadamente 8 mil alunos desde que iniciou no programa. “Já trabalho com o Proerd há 18 anos. De lá para cá, muita coisa mudou. Atualmente, jovens e adolescentes estão reféns da internet e algumas atrocidades estão acontecendo na sociedade em razão disso. Por isso, é preciso que os pais fiquem cada vez mais atentos ao que os filhos estão fazendo na internet e acompanhem os locais onde eles frequentam”, alerta.

O Proerd abrange escola municipais, estaduais e particulares de Içara e também de Balneário Rincão. Em Içara, 800 crianças e adolescentes são instruídas por ano, enquanto no Rincão são 200 alunos do quinto ano.

O trabalho é dividido em dois semestres para que o programa consiga abranger todas as crianças do quinto ano. “Tudo muda por intermédio da educação. Eu não participei de nenhum projeto de prevenção. O Proerd vem mostrando que a droga é ruim, que não é para se entrar nesse mundo. Porém, o Proerd planta a semente do bem, mas quem tem que regar essa semente são os pais, através da supervisão da rotina, quem são os amigos, locais onde os filhos vão frequentar, saber o que ele está fazendo na internet, etc”, explica o terceiro sargento Nascimento.

 

Expectativa

 

De acordo com ele, os alunos em idade escolar do quinto ano são crianças que estão em fase de formação e precisam de um direcionamento correto. “Quem está no quarto ano fica ansioso para chegar ao quinto ano e participar do Proerd. Isso gera uma expectativa para participar do programa e a criança fica aberta para conhecimentos proporcionados pela PM, que abraçou esse programa junto com as escolas”, afirma.

Segundo o policial, existe a preocupação real com as novas drogas existentes na sociedade. “São drogas cada vez mais potentes, como as drogas sintéticas, por exemplo. Com esses 18 anos de Proerd, eu já vi alunos meus que estão presos ou que morreram porque entraram no mundo do crime”, revela.

 

Polícia Militar conta com o apoio do município

 

Para fortalecer o programa, a Câmara Municipal de Içara e a prefeitura, concederam um veículo Duster para o Proerd e um Onix para a Ronda de Segurança Escolar, que também foi implementada no município.

Conforme o cabo Altair de Bittencourt Júnior, que trabalha no Proerd em Içara e Balneário Rincão há três anos e meio, o foco da prevenção às drogas é voltado ao cigarro e às bebidas alcoólicas.

“São drogas presentes no dia a dia dessas crianças, porque muitas vezes os próprios pais consomem álcool ou cigarro, que são drogas permitidas pela legislação, mas que causam uma série de malefícios ao organismo”, conta.

Segundo o militar, o cigarro e as bebidas alcoólicas servem como porta de entrada para drogas mais pesadas. “A gente fala para as crianças e adolescentes que atendemos muitas ocorrências de brigas familiares em decorrência do consumo de bebidas alcoólicas, porque muitas vezes a pessoa fica alterada em razão do efeito da droga e acaba tomando atitudes violentas”, explica.

 

No Estado, número de atendimentos passa de 1,4 milhão

 

Atualmente, são 307 policiais capacitados, atendendo em 261 municípios e preparados para atuar nas escolas de todo o Estado. Até o fim de 2018, o Proerd alcançou a marca de 1.425.384 atendimentos, tendo um a cada sete catarinenses participado do programa.

No último sábado, 16, o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência completou 21 anos de existência em Santa Catarina. E vem, a cada ano, atingindo índices que surpreendem e chamam a atenção da sociedade.

Em 1998, o programa chegou a Lages, com a missão de “capacitar crianças, adolescentes e adultos para resistirem às drogas e à violência, através de ações de polícia ostensiva de caráter educacional, realizada por policiais militares habilitados, em instituições públicas, privadas e comunitárias, integrando Polícia Militar, família e escola para a valorização da vida e a construção de uma sociedade mais justa, sadia e feliz”.