Forquilhinha abre o evento que reúne 12 grupos teatrais na região

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Existem apenas dois festivais neste formato itinerante no país e um deles é o que ocorre nesta semana

Criciúma, Içara e Região

Com 12 grupos e 40 espetáculos gratuitos para toda família, o 4º Festival Nacional de Teatro Revirado foi aberto oficialmente ontem (8) às 19h30, na Rua Coberta de Forquilhinha. No palco estava a peça “WWW para Freedom”, do Grupo Barracão Teatro de Campinas, São Paulo.

Houve ainda apresentações desde a manhã e durante todo dia na rua e em escolas. Além de Forquilhinha, o festival será realizado de 8 a 13 de agosto nas cidades de Maracajá, Cocal do Sul, Orleans, Criciúma e Içara. Em quatro municípios serão em média oito apresentações por dia, além de atividades formativas. A maratona pretende levar muito teatro e cultura para a região. São somente dois eventos neste formato itinerante no país. O Festival Revirado é único no Sul do Brasil e, o outro é promovido no estado do Ceará.

“Queremos, com muita alegria, levar a arte onde o povo está e assim provocar o sonho e trazer mais esperança e alegria as pessoas”, pontua Reveraldo Joaquim, idealizador do festival.

Espetáculo contempla deficientes visuais

O espetáculo “Às Sombras de Anita”, com autodescrição aberta, irá contemplar as pessoas com deficiência visual pela primeira vez no 4º Festival Nacional de Teatro Revirado. Ela será apresentada pelo grupo O Sombrista, hoje (9), às 15h, na Associação dos Deficientes Visuais do Sul (Advisul), no bairro Próspera em Criciúma.

Conforme um dos membros do grupo, radicada no município de Turvo há seis anos, Giancarlo Carl, em cena os quatro atores buscam promover a inclusão com um texto teatral acessível para todos. “O espetáculo é dirigido para pessoas cegas, com baixa visão ou com visão em somente um olho e claro, aberta para todos públicos provocando uma reflexão sobre a nossa visão ou nossa cegueira mesmo enxergando”, analisa o ator.

A proposta da peça, explica Giancarlo, nasceu em 2020 com a intenção de refletir sobre quem era Anita Garibaldi: “Fizemos este questionamento: Anita seria uma mulher, o que ela sentia, como vivia. Era uma sobrevivente?”, pontua.

Na Apae de Içara

O espetáculo “Circo Só do Eu” será apresentado na manhã desta terça-feira (9), às 9h30, na Escola Especial Sonho Dourado da Apae de Içara. A escola receberá as Apaes de Criciúma, Morro da Fumaça e Cocal do Sul para prestigiar a peça em um total de cerca de 200 alunos.

A peça do Grupo Barracão de Teatro de São Paulo irá destacar o palhaço Zamborim que junto ao público irá tentar apresentar sozinho o grande espetáculo com números de equilíbrio de pratos, hipnose, mágica, acrobacia, música e outras performances. “A arte sensibiliza, inspira e dentro da educação inclusiva, o teatro, a dança, a música e as artes visuais são de vital importância no processo pedagógico dos estudantes, pois estimulam as percepções visuais, sonoras, motoras e cognitivas. Mas também, aguçam sensibilidades emotivas e sociais, despertam sentimentos e mudança, transforma cada um que vê, ouve, sente ou vive”, explica a diretora da Apae de Içara Silvana Goulart Brunel.

O Festival

O Festival de Teatro Revirado nasceu em 2017 para comemorar os 20 anos do Cirquinho do Revirado. Neste ano foram feitas 54 apresentações e 68 artistas vindos do Brasil e da Argentina no município de Içara. Com recursos da iniciativa privada, pública e parte de financiamento coletivo, a cidade de Içara abraçou o projeto e se tornou a casa do Festival Revirado com as edições de 2018 e 2019 e as cidades vizinhas recebiam diversos espetáculos, mantendo a ideia de fazer um festival descentralizado. Nesta edição, a prefeitura de Içara decidiu não promover o evento, sendo então realizado, em parte, com recursos das empresas doadoras através da Lei de Incentivo à Cultura. São elas: Farbem, Celesc, Eliane e Giassi e, outra parte das prefeituras de Forquilhinha, Maracajá, Cocal do Sul e Orleans, além de outras empresas com patrocínio direto como a Brametal.

O Cirquinho do Revirado

O Grupo de Teatro Cirquinho do Revirado atua desde 1997. Atualmente, sua formação é composta por Yonara Marques, Reveraldo Joaquim e Fabio Murillo. O Grupo tem em seu repertório sete peças. No ano de 2013 circulou por 18 estados com apresentação da peça Júlia, fazendo parte da programação Nacional do Palco Giratório do Sesc. O Grupo já recebeu vários prêmios e condecorações tendo como destaque a comenda Cruz e Souza e o prêmio Conjunto da Obra da Academia Catarinense de Letras e Artes. No seu espaço cultural, o grupo realiza frequentemente um sarau, onde se apresentam vários artistas do Estado. Além do sarau, o espaço cultural do grupo também é palco para oficinas, workshops e debates relacionados a arte.

Os espetáculos

Os espetáculos são inéditos e as apresentações acontecerão em espaços alternativos nos bairros – períodos matutino e vespertino – e, à noite, na parte central de cada cidade. Também acontecerá a Mostra Primeira Infância para crianças de 1 a 4 anos. Toda programação do Festival pode ser acessada no Instagram @cirquinhodorevirado.