Indicadores da Matriz de Risco Potencial mostram diminuição de internações em SC

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Utilização do indicador “vacinação” mostrou um cenário de relaxamento da pressão sobre o sistema de saúde

Da Redação

A Matriz de Risco Potencial para Covid-19 passou a utilizar os dados de vacinação como uma nova variável. Pelo novo modelo, os dados referentes à evolução da vacinação passaram a ser avaliados e geraram melhora nos indicadores. Santa Catarina, que ultrapassou nesta semana a marca de 5 milhões de doses aplicadas, entre D1 e D2, mostrou um cenário de relaxamento da pressão sobre o sistema de saúde, com a consequente diminuição da demanda de UTI Covid.

Atualmente, há 1.533 leitos de UTI Adulto ativos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o estado, dos quais 1.113 estão ocupados, sendo 573 por pacientes com confirmação ou suspeita de infecção por coronavírus. A taxa de ocupação de UTI Adulto é de 72,6%.

“O novo modelo passou por testes durante todo este mês e demonstrou que as modificações trazem aprimoramentos ao nosso sistema”, afirma o governador Carlos Moisés.

“São 17 meses nesse enfrentamento à pandemia, nós aprendemos muito nesse processo, um deles é evolução na Matriz. Ela agora traz outras prioridades que definem melhor o cenário do momento, o vírus mudou, o impacto da doença na sociedade mudou e a gente tem que se adaptar a essa necessidade para que possamos avançar ainda mais nesse enfrentamento”, ressalta o secretário de Estado Saúde, André Motta Ribeiro. “Nós continuaremos adaptando a matriz conforme a evolução da pandemia”, aponta.

A cientista de dados da SES, Bianca Vieira, explica que a mudança de cenários constantes na pandemia torna necessários os ajustes. “As análises de dados que afetam o gerenciamento de riscos devem estar em constante revisão, atentas aos cenários em questão. Toda análise de inteligência estratégica para tomada de decisão deve esperar o momento adequado para ajustes”, afirma. “O momento atual pandêmico possui influência de uma nova variável fundamental, a vacinação”, conclui.

A Matriz, criada em julho de 2020, passa pela 4ª edição de dados de indicadores. A ferramenta visa avaliar o risco potencial de 16 regiões de saúde, a fim de orientar a regionalização e descentralização das ações relacionadas à contenção da pandemia em Santa Catarina.

A matriz continua organizada em quatro dimensões de prioridade atuais, que são Gravidade, Transmissibilidade, Monitoramento e a Capacidade de Atenção.

A variável de óbitos na semana por 100 mil habitantes continua como Gravidade, por ser a informação epidemiológica mais precisa. A dimensão agora traz também a tendência de internação por Síndrome Respiratória Aguda Grave para avaliação por 100 mil habitantes. A taxa de transmissibilidade (RT) é agrupada com o número de infectantes por 100 mil habitantes na dimensão de Transmissibilidade.

Já a dimensão de Monitoramento recebeu as variáveis de cobertura vacinal em maiores de 18 anos com segunda dose ou dose única completa, bem como a variação de número de casos semanal.

Por fim, a capacidade de atenção permanece como taxa de ocupação de leitos de UTIs Adulto SUS Reservado para Covid-19. A oferta de leitos de UTI Covid ponderada por 100 mil habitantes ainda não será considerada nesta versão da Matriz.

“Inicialmente, nós pensamos em usar a taxa de UTI ponderada por 100 mil habitantes, pois ela permite verificar a ampla situação local, já que está sendo apontada uma baixa pressão nas UTIs. Porém, algumas regiões ainda não conseguiram atingir um nível satisfatório de redução na capacidade de atenção exclusiva para Covid-19. Por essa razão, após longa discussão técnica, optou-se por manter a variável anterior”, resumiu a cientista de dados Bianca Vieira.

A matriz é divulgada às 17h de sábado, em razão do fechamento da semana epidemiológica.