O Amor

Segundo Luís de Camões, “O amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente, é um contentamento descontente…”O amor aproxima, afasta, consola, faz esquecer ou torna-se imortal. O amor pode machucar, curar ou transformar. Juras de amor percorrem os quatro cantos do mundo! Nas horas certas ou erradas há uma diversidade de amores, encantando ou desencantando as pessoas.

Os namorados transformariam esta crônica num livro poético ou em prosa, haveria mil palavras de amor trilhando sobre as páginas. Enfim, cansariam de escrever sobre o Amor, e finalmente desistiriam desta cafonice que é o amor, para alguns. Estamos vivendo numa época que temos quase tudo, mas nos falta o amor (exemplo, o caso Eliza Samudio é falta de amor).

Outro dia li num jornal uma declaração de amor de uma jovem de 18 anos, que escreveu ao namorado “Carta a Um Amor”, belo texto. Adorei, o amor precisa ser cultivado! Os poetas, geralmente escrevem sobre o Amor. Muitos pensam que os Poetas são pessoas sofredoras e vivem num mundo floreado de sonhos carregados pela ilusão. Será?

Outro dia escrevi um poema de amor para os meus filhos e um deles vem me olhando com certa preocupação e fala “Por que me enviou um poema? Está triste?” Respondi-lhe: ” Óbvio que não, estou feliz porque consegui escrever um poema lindíssimo para você e seu irmão!” Sorrimos juntos, ambos felizes, mas a poesia sempre causa um estranhamento.

Escrevi o poema após ter olhando fotos antigas. Senti saudades dos meus pequenos, correndo dentro de casa, chamando-me de “mainha”. Eis ele na íntegra “Queria estar” – Queria estar na casinha de telhados brancos me divertindo com eles/ Ouvindo suas vozes infantis no café da manhã/ Espreguiçando-nos numa rede envelhecida na sacada/ Banhando-nos de felicidade em qualquer lugar cintilante e livre/ Queria estar viajando pelos cantinhos desconhecidos nos dias ensolarados/ Entre abraços e beijos de mãos dadas nas ruas floridas…/ Embalando meus pequenos para dormir/ Banhando-os nas praias azuis embelezando as manhãs/Queria estar fotografando-os e enfeitando a sala de visita/ Ensinando-os as primeiras letras após o jantar/ Aprendendo com eles a arte de amar/ Queria estar 15 anos atrás para não sentir tanta saudade!”

Talvez as mães entendam este poema, ou não, mas meus filhos entenderam. Este é o amor verdadeiro, que uma mãe tem por seu filho. Para Drummond o amor tem várias faces ” Eu te amo porque não amo bastante ou demais a mim. Porque amor não se troca, não se conjuga nem se ama. Eu te amo porque te amo. Amor é estado de graça e com amor não se paga.