Governo de SC quer vacinar população adulta até outubro

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Conscientização sobre a qualidade das vacinas é um dos problemas a ser enfrentado

Da Redação

O Governo de Santa Catarina está preocupado com a procura por vacinas e – agora que está havendo uma aceleração do cronograma de imunização no estado pela chegada semanal de mais vacinas das fornecedoras AstraZeneca, Coronavac, Pfizer e agora Janssen – divulga informações para conscientizar a população de que as vacinas ajudam a controlar o novo coronavírus e as possíveis complicações dele nos infectados, levando à hospitalização. 

Em Santa Catarina, a meta é que até o fim do mês de outubro toda a população adulta tenha recebido ao menos a primeira dose. “Precisamos da participação de todos para cumprirmos essa meta. A vacina e os cuidados com os protocolos sanitários são fundamentais para protegermos a nossa população, principalmente porque o inverno pode agravar a situação da Covid-19 no estado’’, alerta o secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro.

Relato de uma infectologista

A médica infectologista da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive-SC), Lígia Gryninger (foto), garante que a vacina, junto às medidas de precaução como o uso de máscaras, higienização das mãos e o distanciamento social, é o único meio de controlar a doença, e que, por isso, as pessoas não podem deixar de se vacinar. A médica reforça ainda que todas as opções disponíveis são autorizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e, na corrida contra o vírus, a população não deve se preocupar em escolher qual vacina tomar. O assunto de “não querer determinada vacina” ficou mais popular por causa da recusa da atriz Fernanda Torres em tomar a AstraZeneca, pedindo para os aplicadores vacina da Pfizer.

“O tempo de pesquisa até se descobrir uma vacina fez com que o vírus abrisse uma longa vantagem. O que a população precisa entender é que agora a vacina está aí e a gente não pode deixar de abraçar essa oportunidade. Escolher vacina, no entanto, não é o caminho para controlarmos a Covid-19. O que a gente precisa nesse momento é do maior número de pessoas vacinadas e o quanto antes’’, avalia.

A infectologista explica que as vacinas têm o objetivo de evitar internações e óbitos, ou seja, os quadros mais graves da doença, e que todas elas cumprem este propósito. Para a médica, tomar a vacina é uma atitude de responsabilidade, cuidado consigo e com o outro. “As vacinas trazem benefícios individuais e coletivos. Se eu tomei uma e o outro tomou uma diferente da minha, tenha certeza que os dois estarão protegendo um ao outro. Isso é o fundamental para vencermos a pandemia”.

A médica infectologista Lígia Gryninger responde:

Por que é importante tomar a vacina?

Lígia Gryninger: A vacina é o único meio, junto com as medidas de precaução como o uso de máscara, da higienização das mãos e do distanciamento social, que vai fazer a gente vencer essa pandemia.

Das vacinas que estão disponíveis, qual delas é a mais recomendada?

Lígia Gryninger: Todas. As vacinas vão trazer benefícios individuais e coletivos. Se eu tomei uma e a outra pessoa tomou uma diferente da minha, tenha certeza que os dois estarão protegendo um ao outro. Isso é fundamental para vencermos a pandemia.

Tomei a Coronavac, estou menos protegido? Ela é eficaz?

Lígia Gryninger: Quando a gente fala em eficaz, a gente pensa no mundo ideal, a gente pensa em não se contaminar pelo vírus. O que nós precisamos entender é que o objetivo da vacina é evitar o agravamento da doença, a hospitalização e o óbito. Então não tem que haver essa discussão de que uma vacina é menos eficaz que a outra. Todas têm o mesmo objetivo de diminuir a hospitalização e o número de óbitos”.

Não quero tomar a AstraZeneca por que a vacina provoca muitas reações.

Lígia Gryninger: Isso vai depender de indivíduo para indivíduo. Não temos tido reações severas como estão dizendo por aí. O que nós sabemos é que algumas pessoas podem ter uma pré-disposição de desenvolver eventos adversos que a gente considera de leve a moderado no pós-vacinação, que acontece até com outras vacinas. Então, o que tem sido relatado com a AstraZeneca é febre, dor no corpo que deixa a pessoa 24, 48 horas um pouquinho mais debilitada, mas, nada que seja motivo para desistir desse tipo de vacina.

Tomei a vacina e não tive nenhuma reação, significa que não estou protegido?

Lígia Gryninger: Isso não está relacionado. Isso é uma pré-disposição individual que tem a ver com ter ou não algum evento adverso, em nada tem a ver com a proteção.

A vacina pode provocar a Covid-19?

Lígia Gryninger: Não. A vacina não é capaz de provocar a doença.

Eu posso escolher qual vacina tomar?

Lígia Gryninger: A gente deve tomar a vacina que estiver disponível. Nós não recomendamos a pessoa escolher a vacina, mesmo porque o objetivo é dar a proteção para todos, de maneira igual. Então, escolher a vacina nesse momento não é o caminho para a gente conseguir controlar a Covid-19.

Tomei a vacina. Significa que estou imunizado?

Lígia Gryninger: Para usar a palavra imunização ainda é cedo demais. O que a gente considera é que a vacina vai dar proteção (mesmo que a gente não saiba ainda por quanto tempo) para que, em contato com o coronavírus, você não desenvolva quadros graves ou venha a óbito.

A pessoa vacinada ainda pode transmitir o coronavírus?

Lígia Gryninger: A pessoa vacinada ainda pode pegar o coronavírus. Se ela pode pegar, ela pode transmitir.