Projeto EcoRoots atua há um ano e meio, com recolhimento de recicláveis e destinação a famílias que vivem da atividade

Balneário Rincão

Um trabalho voluntário que auxilia no aumento da renda de famílias de catadores de materiais recicláveis e, mais do que isso, na dignidade e humanização dessas pessoas. Este é o objetivo de um grupo de jovens que atua, há um ano e meio, com o Projeto EcoRoots, em Balneário Rincão. Com a iniciativa, além destes trabalhadores, ganha também a comunidade, que conta com uma cidade mais limpa e com menor impacto ambiental.

A ideia surgiu depois que o líder do projeto, Carlos Vinícius Martins Gonçalves, viu um catador de materiais recicláveis, já idoso, revirando o lixo para encontrar o que pudesse coletar para garantir a renda. “No início, conversamos com alguns deles e relataram que acabavam de machucando quando precisavam procurar algo junto ao lixo, pois havia produtos cortantes”, relembra, contando que a cada 15 dias, com recursos próprios, passa nas casas para recolher os materiais e entregá-los às famílias que tem, na coleta, sua fonte de renda. “Hoje somos em cerca de 15 voluntários, sendo que alguns cuidam da divulgação nas mídias sociais e outros apoiam com ideias ou mesmo na entrega do que conseguimos recolher”, explica.

O apoio das famílias dos membros do grupo também é fundamental para que a ação seja bem sucedida. “No começo, criei uma gincana para engajar a todos. Assim, os familiares dos voluntários passaram a separar os recicláveis. Hoje, a ideia já faz parte do cotidiano, beneficiando a todos”, ressalta.

Além dos materiais, a humanização

O trabalho do grupo, no entanto, não se resume à coleta e entrega dos resíduos. “A cada 15 dias, levo também cestas básicas para que os catadores possam utilizar os valores com os quais comprariam os alimentos para outras necessidades ou mesmo para comprar um presente para um filho”, enaltece, informando que, em alusão ao Dia das Mães, no mês passado, três catadoras ganharam um presente especial. “Elas tiveram um ‘dia de princesa’, porque, além da questão da renda, queremos dar mais dignidade e felicidade a estas pessoas”, conta.

Segundo Martins, os trabalhadores tiveram também uma melhora na qualidade de vida. “Eles nos agradecem porque levamos os materiais, mas também conversamos com todos e ouvimos suas histórias de vida. Estas pessoas não são apenas os catadores de recicláveis, elas têm nome, sobrenome e precisam ser respeitadas”, enfatiza.

Caixas coletoras

Para ampliar o alcance do projeto, o grupo idealizou caixas conhecidas como Ecobox, onde as pessoas podem depositar os materiais para que os trabalhadores possam recolher, já separados, sem outros produtos perigosos ou inadequados para a reciclagem. “Hoje temos quatro caixas em diferentes pontos da cidade, mas queremos ampliar este número. Por isso, pedimos que quem tiver disponibilidade de colocar uma Ecobox em frente a sua empresa, entre em contato conosco”, afirma, lembrando que o objetivo a longo prazo é a conscientização da comunidade. “Se cada um fizer a sua parte, teremos uma cidade mais limpa e preservada, além de mais renda e dignidade para as famílias dos catadores” conclui o líder do EcoRoots.

Quem quiser saber mais sobre o projeto, pode encontrar o grupo através do Instagram @ecorootsrincao.