Ser mãe na voz dos poetas

Para Cecília Meireles, “Ser mãe é ter um jeito submisso e gestos antigos, dentro de um vestido de rendas e andando descalça”. “É a que decora a mesa com jarras douradas, com flores vermelhas escondendo as asas quebradas”. “E no pescoço um colar de ouro, o presente do amado”. “Alguém que se contenta com pouco ou nada…”

Para Mário Quintana, “É a mulher que escreve poesias/de amor, de alegria e tristeza”. “Esconde os versos embaixo das caixas antigas, que ficam no quarto ao lado da Nossa Senhora Aparecida”.

Para Elza de Mello Fernandes, “A mãe é carinho e ensina a amar/É a menina roceira, brejeira, mimosa/Como uma borboleta vive a vida em festas,/e vigiada por um sábia que comanda a orquestra…”

Para Silvio Aguiar, “É a moça com o rosto meigo que camufla a face de guerreira/Feita de pedra esculpida, talhada, lapidada, divina/É frágil, indefesa, parece perdida/Isto porque toda mulher não passa de uma menina…”

Para Ferreira Gullar, “É a que tem duas partes, uma é emoção a outra razão/Uma é realidade e a outra é fantasia/Uma é encontro e a outra desencontro/Uma é fracasso e a outra sucesso”.

Para Castro Alves, “É ser a eterna e formosa Pepita/Com cabelo de moça e tão bonita!/Morando dentro de uma saudade/de quando usava seus laços de fita/Nas festas aparece nos cantos dos anjos/E viaja nas valsas sem ser percebida…”