Eba! Até que enfim.

Fiz questão de usar como título que abre esta coluna a expressão usada pela Luana. Minha filha de sete anos sintetizou assim a satisfação de ver, via Instagram, as primeiras pessoas recendo em Criciúma as doses da Coronavac. O sentimento dela é o mesmo de muita gente. Famílias que querem voltar a se encontrar, pais que querem abraçar seus filhos, avós esperando para dar colo aos netos. A imagem do início da vacinação é algo histórico. Tem feito as pessoas pararem vidradas em frente as telas. Estamos assistindo o que vai para os livros, o que nossos bisnetos vão estudar. A vacina, venha de onde vier, é a esperança de que aos poucos a situação possa voltar à normalidade. Claro que o volume de doses que foram enviadas para todos os estados, e por consequência para os municípios, ficou abaixo do esperado, mas o fornecimento de novas doses deve chegar em fevereiro e aos poucos vamos vendo 2021 se desenhar bem diferente do ano passado.

Em Criciúma

Foram cinco os vacinados de maneira simbólica. Em Içara a imunização começou pelos profissionais do São Donato. Em Urussanga, Morro da Fumaça, em Cocal do Sul as doses também foram aplicadas pela primeira vez nesta terça-feira. A vacinação segue ao longo desta quarta e ao longo da semana. Em 21 dias a segunda dose também será aplicada. Depois disso é esperar para que o Governo Federal tenha a eficiência que se espera, acelere as negociações com a China para compra da matéria prima e permita que o país saia logo desta letargia pandêmica. Quando isso acontecer todos vamos poder dizer “Eba! Até que enfim”.

Provas robustas

Delegado Rodrigo Muller, responsável pela investigação da Polícia Federal na Operação Hemorragia, um desdobramento da Alcatraz, disse durante a coletiva de imprensa que há elementos robustos que indicam irregularidades que resultaram em desvio de recursos públicos praticados através de um contrato de tecnologia firmado com o Governo de Santa Catarina. “Desdobramento é resultado de colaboração e delação firmados com o Ministério Público Federal. Há indícios de direcionamento licitatórios desde 2006. Ou não tinha orçamento prévio ou o orçamento era apresentado por empresas que tinha ligação societária entre elas. Durante as investigações foram identificados cinco núcleos. O volume de recurso total pago pelo Estado para estas empresas ultrapassou 600 milhões e o indício concreto de desvio ultrapassou 50 milhões de reais”, explicou o delegado.

Júlio Garcia

Durante a coletiva, o delegado não citou nomes, mas um dos alvos de prisão preventiva seria o deputado Júlio Garcia, presidente da Assembleia Legislativa. A informação foi confirmada pelo advogado do deputado. A defesa também informou que não iria se manifestar até ter mais detalhes sobre a decisão. Por conta da pandemia todas as prisões foram convertidas para prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica.

Busca

Na capital, a informação de que o apartamento do ex-governador Eduardo Moreira também foi alvo de buscas. Em nota, ele disse que está à disposição e considera natural o fato de seu nome ter sido citado no processo. A assessoria de Eduardo esclarece que ele não é investigado.