Empresa francesa vai descontinuar sua participação na termelétrica de Capivari de Baixo

Criciúma e Capivari de Baixo

Por conta da iniciativa do Siecesc e de empresários da Associação Empresarial de Criciúma (Acic) de expor o problema da geração de energia e da manutenção de empresas e empregos na região carbonífera por conta do fim das atividades da Engie em Capivari de Baixo, a empresa encaminhou ontem à imprensa uma nota oficial, informando sua estratégia anti-CO2. Caso venha a ser desligada a Usina do Complexo Termelétrico Jorge Lacerda deve acarretar na perda de 20 mil empregos e R$ 6 bilhões por ano em faturamento.

A Engie anunciou que trabalha com três soluções: a venda; envolver o poder federal possibilitando a devolução ou venda para a Eletrobras da usina; e ainda manter o poder ativo, mas isto demandará mais estudo e intervenções visando considerar as expectativas das várias partes interessadas.

Leia abaixo a Nota oficial

Sobre o Complexo Termelétrico Jorge Lacerda

Desde 2015, a ENGIE, em nível mundial, adotou sua estratégia de negócio baseada nos conceitos de 3 Ds: Descarbonizar, Descentralizar e Digitalizar. No Brasil, a aplicação da estratégia de descarbonização está em curso desde 2017, quando a ENGIE Brasil Energia optou por negociar seus ativos movidos a carvão no país. De lá para cá, as possíveis negociações não evoluíram, o que fez com que a empresa estudasse outros cenários.

 Em outubro a ENGIE Brasil Energia organizou uma equipe de estudos responsável por analisar o melhor encaminhamento para o Complexo Termelétrico Jorge Lacerda, a qual já iniciou seus trabalhos. O foco está em buscar soluções que coloquem em prática a estratégia global do Grupo ENGIE de descarbonizar o portfólio, e, principalmente, equacionem os possíveis impactos ambientais e sociais da região.

 No momento três alternativas de solução são cogitadas: 1 – venda do CTJL, desde que exista um equilíbrio entre os risco e as condições financeiras apresentadas; 2 – uma solução envolvendo o poder Federal como, por exemplo, a devolução para a União, a venda para Eletrobrás ou suporte do governo federal no sentido de viabilizar uma proposta de compra de um novo comprador equilibrando os riscos; 3 – manter o controle do ativo e estudar o seu descomissionamento de forma faseada, buscando utilizar os recursos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) para amenizar os efeitos socioambientais.  

 As três alternativas estão sendo trabalhadas em paralelo e não existe uma decisão definitiva sobre o tema. O que a Companhia já está fazendo é planejar e estudar as ações necessárias para o cenário de descomissionamento do Complexo, opção que envolve uma série de preparativos, tanto técnicos como socioambientais. Caso este seja o caminho traçado, a Companhia estará preparada, assim como os diversos públicos impactados, para efetivar a decisão.  Para este cenário, de descomissionamento faseado, a sequência inicialmente concebida de desligamentos seria a seguinte:

•    UTLA: unidades 1 e 2 em dezembro de 2021

•    UTLA: unidades 3 e 4 em dezembro de 2023

•    UTLB e UTLC em dezembro de 2025   

Importante citar que novas obras em andamento no sistema de transmissão em Santa Catarina, com operação comercial previstas para 2021, garantirão o adequado suprimento de energia para o Estado mesmo com o descomissionamento das unidades geradores de Jorge Lacerda.

Atualmente, a Companhia possui mais de 90% de sua capacidade instalada no Brasil proveniente de fontes renováveis, como usinas hidrelétricas, eólicas, solares e biomassa. O nosso compromisso é de seguir atuando para reduzir emissões e ajudar o Brasil na busca pelo desenvolvimento sustentável e no enfrentamento das mudanças climáticas.