Oferta das cirurgias eletivas está abaixo da demanda

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Devido ter ficado por muito tempo parada, fila de espera para os procedimentos aumentou

Criciúma e Içara

As filas para a realização das cirurgias eletivas estão grandes por causa da pausa durante a pandemia do novo coronavírus. Mesmo com a retomada dos procedimentos, os pacientes não estão conseguindo realizar as cirurgias. Segundo o secretário de Saúde de Criciúma, Acélio Casagrande, a fila para as cirurgias está andando de forma muito lenta, e aponta como motivo principal a pouca oferta feita pelo sistema de regulação aos hospitais, gerido pelo Governo do Estado.

O secretário explica que a melhora da pandemia da Covid-19, com o número de internações caindo significativamente, os hospitais estão com as Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) vagas e aptos a fazerem as cirurgias. “Estamos com bons índices, pois nas UTIs dos hospitais de Criciúma, temos apenas nove pacientes internados com a Covid-19, sendo que somente três são de Criciúma e os outros seis de outros municípios aqui da região”, informa o secretário.

Acélio avalia que para amenizar um pouco a fila de espera, o Estado terá que tomar algumas medidas como a realização de mutirões. Para o secretário, os hospitais nem estão ofertando os procedimentos por considerarem o preço da tabela do SUS muito baixo, com os médicos não querendo fazer as cirurgias. “O Estado terá que dar um incentivo maior para que os profissionais se dediquem e voltem a fazer as cirurgias”, aponta.

Ele fala que a fila de espera está em quase todas as especialidades, principalmente no setor de ortopedia e de cirurgias em geral. Ontem (21), a secretaria de Saúde de Santa Catarina ameaçou a suspender as cirurgias eletivas na região da Grande Florianópolis, onde os números da Covid-19 voltaram a preocupar. Acélio garante que na região Carbonífera, os procedimentos continuarão a serem realizados.

Boletim epidemiológico

O boletim epidemiológico divulgado ontem (21) pela Secretaria de Saúde de Criciúma apontou que o município chegou a 7.307casos confirmados do novo coronavírus, sendo que 136 pacientes estão ativos e em tratamento. Criciúma já contabiliza 111 óbitos. Internados nos hospitais em tratamento estavam 27 pessoas, com nove em recuperação na UTI.