Casal de idosos homenageiam soldado PM por heroísmo durante incêndio

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Policial não estava de serviço quando entrou no apartamento da vítima para salvá-la do fogo

Criciúma

Ontem (23), Antônio José Luiz, 80 anos, e Águida Menegatto Lui, 78 anos, prestaram um agradecimento ao soldado de primeira classe da PM, Fernando de Melo Rosso, que na madrugada do dia 15 de agosto foi responsável por salvar a idosa de um incêndio. Águida estava sozinha no apartamento onde reside, na área Central de Criciúma, e acordou por volta da 1 hora, alertada pelo gato de estimação e com o espaço tomado pela fumaça.

“A gatinha nunca vem na cama. Levantei e vi a fumaça, tentei sair e não consegui. Então fui na janela que fica na frente e pedi socorro. Gritei, gritei, até que um anjo da guarda apareceu. Eu não sabia mais o que fazer. Se tivesse algo perto para eu subir, mas não tinha e a janela é alta. Fiquei ali e apareceu o anjo da guarda, que veio e nos socorreu”, explica Águida.

O anjo da guarda é o soldado Melo, que mora em um prédio em frente onde reside o casal de idosos. Ele ouviu o pedido de socorro e não pensou duas vezes. Acionou o Corpo de Bombeiros e correu em direção ao apartamento, onde encontrou uma forte fumaça, sobretudo na sala de estar, onde um sofá estava consumido pelo fogo.

“Escutei o pedido de socorro, fui pra sacada e avistei bastante fumaça preta e ela na janela. Orientei todos a saírem do prédio e fui para o apartamento. Conseguimos arrombar a porta, começamos o combate, tinha muita fumaça e por duas vezes tentei encontrar ela no apartamento. Voltei para o sofá e segui tentando extinguir as chamas. Neste momento os bombeiros chegaram, indiquei onde ela estava e com o equipamento de oxigênio eles entraram e conseguiram localizar ela”, conta o policial.

Ato de bravura

Dona Águida não sofreu ferimentos. A gatinha de estimação foi encontrada no banheiro, bastante assustada, mas também não se feriu e está em segurança na residência da neta do casal. Para seu Antônio, não há dúvidas que o serviço prestado pelo policial merece reconhecimento e a justa homenagem.

“O apartamento foi completamente inundado pela fumaça. Da porta de entrada até a saída está preto da fumaça. Foi feito um pouco da limpeza, tirado um pouco do mais grosso e daqui uns 10 ou 15 dias começamos a mexer de novo. É só agradecimento pelo que ele fez. Foi um ato de bravura e heroísmo. Pra mim é heroísmo, arriscar a própria vida no fogo… não era um problema dele”, afirma.

Soldado Melo atua há sete anos no trabalho policial. Embora já tenha recebido agradecimentos por outros serviços, como recuperação de bens, esta é a primeira vez que vê uma ação ganhar grande proporção. E não imaginava o quanto isso significaria para o casal.