Com a safra da tainha ficando abaixo da expectativa, solução é recorrer a pedidos de ajuda

Balneário Rincão

A situação das famílias dos pescadores de Balneário Rincão não está favorável. Com a safra da tainha ficando abaixo da expectativa e com a anchova não chegando conforme o esperado, o jeito é buscar socorro para amenizar a crise. Na última semana, o presidente da Colônia de Pescadores Z-33, de Balneário Rincão, João Piccollo, entrou em contato com a Cruz Vermelha na tentativa de conseguir algumas cestas básicas para ajudar as famílias na alimentação. A iniciativa deu resultado e hoje, às 14 horas, a equipe Multi-institucional estará em Balneário Rincão realizando a entrega dos alimentos. “O clima, a pandemia e a falta de cardumes têm refletido em uma temporada ruim e somente contando com a solidariedade das pessoas para atravessar este momento difícil”, pontua Piccollo.

A expectativa é de que até 50 famílias sejam beneficiadas e o levantamento está sendo realizado pelo Centro de Referência de Assistência Social (Cras) de Balneário Rincão. Na Colônia de Pescadores também existem algumas famílias cadastradas. João Piccollo explica que esta ajuda está sendo necessária devido a safra da tainha ter ficando muito abaixo do esperado. Segundo ele, a meta era conseguir a captura de 90 a 100 toneladas do peixe, mas ficou no mesmo patamar do último ano, com 50 toneladas. “A safra começou animada em maio, mas no mês de junho, o ciclone bomba, as ressacas e o calor prejudicaram a chegada da tainha”, explica o presidente da Colônia de Pesca.

Ele disse que recorreu a ajuda da Defesa Civil devido as famílias estarem passando por dificuldades, com problemas de saúde e dificuldades para a manutenção das contas de água e luz e para a compra de alimento. Ele conta que a pesca da anchova também não começou bem e o peixe ainda não foi capturado neste ano. Piccollo aponta que os pescadores ainda estão sofrendo com as restrições imposta pela pandemia de não poder acessar a orla marítima, ficando permitido somente os pescadores que possuem canoa e caminhão. “Aquele pescador que não tem equipamento e que pesca com rede de corrico e tarrafa está com dificuldades de entrar na orla, pois o decreto não permite, mas tem muita gente que vem fazer festa, estas sim deveriam ser impedidas”, destaca.

Resposta imediata

Sensibilizado com a situação das famílias dos pescadores, o coordenador da Defesa Civil e integrante da equipe Multi-institucional, Almir Fernandes de Souza, já marcou a vinda no município para esta terça-feira, às 14 horas. O comboio sairá de Criciúma logo após o almoço. As famílias beneficiadas serão indicadas pelo Cras com o auxílio da Colônia de Pescadores. “Como temos limitações de cestas básicas e outros municípios para atender deveremos beneficiar até 50 famílias na ação de hoje”, fala o coordenador da Defesa Civil.

Almir relata que no início da pandemia já fez uma entrega de cestas básicas em Balneário Rincão, mas que devido a necessidade esta nova entrega se faz necessária. Segundo ele, desde que começou a pandemia, a equipe Multi-institucional tem ajudado vários municípios. Ele elenca que já foram doadas cestas básicas para as famílias dos seis Cras de Criciúma, Siderópolis, Jaguaruna, Forquilhinha, Nova Veneza, Farol de Santa Marta, em Laguna, e Praia Grande, que sofreu com as enxurradas do ciclone bomba.

Almir fala que a Defesa Civil ainda está trabalhando na arrecadação de alimentos, devido à grande procura devido a pandemia. Ele explica que todas as quintas-feiras à tarde, a sede da Defesa Civil fica aberta com uma equipe recebendo as doações que são feitas pelas empresas. Ele cita que ainda existem meios de conseguir fazer doações. A Associação Empresarial de Criciúma (Acic) através do site juntosdecoracao.com.br. As doações tanto podem ser de pessoas físicas ou jurídica.