Até agora, Santa Catarina empenhou R$ 278 milhões em despesas para combater a Covid-19, dos quais R$ 162 milhões já foram liquidados

Florianópolis

Até agora, Santa Catarina empenhou R$ 278 milhões em despesas para combater a Covid-19, dos quais R$ 162 milhões já foram liquidados. Os números foram apresentados, em audiência pública da Comissão Especial que acompanha os gastos do Estado com a pandemia. Por mais de duas horas, prefeitos, Ministério Público Estadual, Federação Catarinense de Municípios (Fecam), deputados e entidades ligadas à administração de hospitais filantrópicos se encontraram virtualmente para questionar e apresentar queixas e sugestões aos secretários de Estado da Fazenda, Paulo Eli, e da Saúde, André Motta Ribeiro.

De acordo com o secretário da Fazenda, toda a estrutura do Estado está voltada para o enfrentamento da Covid-19 e as principais fontes de recursos são o congelamento da folha salarial; refinanciamento da dívida pública de maio até dezembro com BNDES e União; e ajuda direta da União de R$ 1,42 bilhão. “Quase 18% da receita corrente líquida do Estado está sendo aplicada em saúde”, afirmou Paulo Eli.

Já o secretário da Saúde listou as ações já postas em prática pelo Executivo estadual, como a Criação do Centro de Operação de Emergência em Saúde (Coes) e as habilitações de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI), e apresentou os números da pandemia no Estado e as ferramentas de monitoramento pela secretaria.

Leitos de UTI

A ampliação do número de leitos de UTI estava entre os principais questionamentos dos prefeitos que participaram da audiência. Gean Loureiro, de Florianópolis, Antonio Ceron, de Lages, e Joares Ponticelli, de Tubarão, reivindicaram maior agilidade na habilitação destes leitos para atender à demanda.

“Estamos abandonados. O Estado fala muito e age pouco”, reclamou Ponticelli. “Quando o secretário ainda era o Helton Zeferino, a secretaria divulgou que o hospital de Laguna seria referência, mas até agora nada. O André nos visitou, mas não trouxe nada de concreto”, completou.

“Tubarão tem contato permanente para tentar entender a necessidade do hospital. Se hospital entender que precisa, estado vai atender”, garantiu o secretário.

“Precisamos tratar o problema de forma preventiva, não só a consequência”, afirmou Loureiro, para quem o Estado deveria destinar mais recursos para a atenção básica como forma de evitar o agravamento da doença.

“Atenção primária é dos municípios. Quando se cobra do Estado tem que cobrar dos municípios que faça a atenção primária”, respondeu o secretário da Saúde.

Ceron lembrou que Lages, a maior cidade da região Serrana, conta agora com os mesmos 19 leitos de UTI que tinha em março, e que há a expectativa, ainda não concretizada, de dez novos no Hospital Teresa Ramos. “A Secretaria da Saúde tem nos tratado com presteza e gentileza, mas, na prática, precisamos dos leitos de UTI”, pontuou o lageano.

O prefeito de Criciúma, Clesio Salvaro, avaliou a reunião como “oportuna”, mas queixou-se do governo que, segundo ele, inicialmente não compartilhou das decisões com os prefeitos e, depois, “lavou as mãos” e deixou toda a responsabilidade com os municípios. “Não é bem assim. A Fecam tem representantes dentro do Coes”, rebateu André Motta.