Para evitar uma nova quarentena, Criciúma e Içara vão pôr os agentes sanitários e a polícia na rua no fim de semana

Criciúma e Içara

O fim de semana será de alerta, por que as prefeituras de Criciúma e Içara, cada uma a seu jeito, vão impor mais fiscalização sobre os moradores. O prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro, em transmissão pelas redes sociais disse que não fará decreto para um novo lockdown na cidade, mas aposta na conscientização e fiscalização com a ajuda de denúncias dos próprios moradores.

A campanha lançada ontem foi “Criciúma Declara Guerra Contra o Coronavírus”. Na live, Salvaro, ao lado do secretário de Saúde, Acélio Casagrande, e de representantes dos órgãos fiscalizadores – Vigilância Sanitária, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e Exército – disse que “esta é uma guerra declarada que tem 215 mil soldados. Criciúma declara uma guerra que também deve ser desencadeada nos outros municípios”.

O prefeito reiterou que é necessária a contribuição da população para conter o avanço do coronavírus. “Não haverá um novo decreto, basta que todos cumpram o que está contido no Decreto 815, com todas as medidas, sendo obediente a ele, mesmo que você não concorde com tudo que tem nele. Não vamos adotar o lockdown, não vamos parar a cidade. Algumas pessoas perguntam porque não vamos parar tudo. Não podemos parar tudo. É preciso que todos cumpram as medidas. Não é uma guerra que eles vão armados, é uma guerra da conscientização”, enfatizou na transmissão ao vivo.

Em Içara, Operação Contágio Zero

Içara não fica atrás. Há uma semana pelo menos a administração municipal de Içara mantém a fiscalização na rua. A chamada Operação Contágio Zero já registrou mais de 200 visitas na cidade. O número é proveniente de orientações e retorno nas fiscalizações, com o objetivo de diminuir os casos da Covid-19. Neste fim de semana, as autoridades sanitárias e polícia militar devem manter a atenção para festas particulares e pessoas não respeitando o uso de máscara e distanciamento.

Bares, restaurantes e supermercados são alguns dos pontos visitados pelas equipes, que atuam em todos os bairros de Içara.

Tolerância zero

Os prefeitos estão seguindo o lema tolerância zero. Salvaro, mesmo, usou o termo e falou que os órgãos fiscalizadores devem ter “tolerância zero” com aqueles que descumprirem as medidas. “Bateu no estabelecimento, está foram das normas, fecha e não procure prefeito, vereador. Aquele que for reincidente, terá o alvará caçado”, alertou.

O coordenador da Vigilância Sanitária em Criciúma, Samuel Bucco, lembrou da atuação intensa na fiscalização. “Alguns estabelecimentos já foram autuados. Este é um momento crítico. Temos o Decreto 815 em vigência que prevê uma série de proibições. As autoridades estão trabalhando incansavelmente, mas precisamos contar com a ajuda das pessoas. É o momento que mais se precisa das pessoas”, relatou Bucco, destacando que tem recebido denúncias de que pessoas positivadas para a Covid-19 não estão cumprindo a quarentena. “Estamos recebendo denúncias de pessoas que testam positivo e estão circulando pela cidade. Isso é inadmissível. Mesmo assintomático, mesmo que for de máscara, tem que ficar em isolamento. Os regramentos e protocolos serão seguidos e as autoridades vão tomar as ações que forem necessárias para cumprir estes regramentos”, falou.

População pode fazer denúncias pelo aplicativo da Polícia Militar

A população da região da Associação dos Municípios da Região Carbonífera (Amrec) pode realizar denúncias de descumprimento dos decretos municipais, reforçando o combate a Covid-19. As denúncias de irregularidade podem ser encaminhadas pelo aplicativo da Policia Militar. Irregularidades como o não uso de máscaras, aglomerações e festas clandestinas podem ser feitos pelo aplicativo PMSC Cidadão.

A população pode anexar fotos, vídeos e a localização das denúncias. “O aplicativo serve para chamar a polícia”, resume o Major Alberto Cardoso Cichella, subcomandante do 9º batalhão da Policia Militar (PM). Ele reforça que a PM é parceira dos municípios no combate a pandemia e no cumprimento dos decretos. “Todo tipo de perigo de contagio deve ser denunciado”, afirma.