Prefeito Clésio Salvaro anunciou ontem compra de medicamentos como hidroxicloroquina, ivermectina, azitromicina, diripona e analgésicos
Criciúma
A reação ao acréscimo do número de pessoas com o novo coronavírus positivado fez o prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni, agir profilaticamente e comprar um coquetel de medicamentos pra distribuir para a população. A mesma solução tomou ontem o prefeito Clésio Salvaro. Ele fez o anúncio e apresentou informações em pronunciamento junto com o secretário de Saúde, Acélio Casagrande.
Salvaro quer também ofertar os medicamentos para a população e por isso vai investir na aquisição de ivermectina, azitromicina, diripona e analgésicos para servir à população, bem como buscar um estoque de hidroxicloroquina para os pacientes que apresentarem os primeiros sintomas.
“A Covid não tem cura ainda. Nós temos os medicamentos que vamos deixar à disposição dos médicos. O médico é o responsável, não somos nós que vamos sair por aí com receita prescrevendo. Isso é papel do médico. O médico e o paciente que têm essa relação”, afirmou Salvaro. “Se o médico receitar tal medicamento, a responsabilidade é dele, nós vamos respeitar o ato médico. O papel do prefeito é não deixar faltar medicamento para a população”, destacou.
Salvaro disse que esses remédios podem até ser comprados sem receita médica nas farmácias, mas a retirada nas unidades de saúde será com a prescrição médica. “Vamos respeitar o ato médico. Vidas importam. Se há um medicamento com chance de salvar vidas, nós vamos atrás dele. Não há problema nenhum. O recurso que nós temos, o propósito primeiro é o de salvar vidas, muito mais que calçar ruas, fazer creches e escolas, queremos salvar vidas e pessoas, por isso não faltará nenhum tipo de medicamento”, salientou o prefeito.
Remédio não vai faltar
Segundo Salvaro, referindo ao secretário ao lado, remédio não vai faltar, lembrando que não há esse problema nas farmácias públicas dentro das UBSs. Mas o prefeito ainda reforçou a importância de a população respeitar o isolamento e não se deslocar sem necessidade aos postos de saúde.
O secretário Acélio Casagrande disse que as unidades de saúde foram reforçadas com mais 50 telefones para ter contato no momento de isolamento. “Os nossos idosos, que são crônicos, não precisam fazer aglomeração nas unidades, podem usar os telefones”, afirmou. “Hoje estive em uma unidade de saúde, o médico estava ligando para o idoso perguntando da pressão, do diabetes. Os idosos podem ligar para as unidades. O controle da hipertensão, da diabetes e de outras doenças crônicas são necessários”, garantiu Casagrande.
Muitos casos positivos
O secretário Acélio Casagrande informou ainda que está ocorrendo um crescimento substancial dos casos de Covid-19 em Criciúma. “A cidade saltou, em poucas semanas, de 127 casos ativos para 310. Esses ativos estão fazendo a transmissão comunitária”, pontuou. Salvaro completou: “Saltamos de 50 para 90 internações em menos de 10 dias, é preocupante”. Eles ainda informaram que dos 13 óbitos por Covid-19 registrados em Criciúma, todos eram pacientes acima de 60 anos, 100% com comorbidades, 90% hipertensos ou diabéticos.
“Várias medidas foram tomadas até aqui”, frisou Salvaro. “As aulas vão voltar dia 3 de agosto? Está quase impossível tomar uma decisão para daqui a alguns dias”, afirmou. “Mas já conhecemos um pouco mais o vírus. Tomamos providências, pegamos um hospital parado e preparamos. Nos perguntam se aquele hospital do Rio Maina não vai entrar em funcionamento. Torcemos que não. É um hospital de retaguarda que está pronto mas não queremos usar”, destacou.
Dez leitos novos credenciados
O secretário de Saúde também anunciou na transmissão o credenciamento de mais dez leitos de UTI para o Hospital São José, em acordo encaminhado ontem. “Hoje ainda negociamos, em diálogo, com o Hospital São José o pedido de credenciamento para mais dez leitos de UTI, de 28 para 38 leitos. Além de todas as medidas preventivas, não estamos nos descuidando, mesmo sendo de responsabilidade estadual a questão hospitalar. Conversamos diariamente com o secretário estadual”, revelou.
Na conversa desta terça com o secretário de Estado da Saúde, André Mota Ribeiro, Acélio ofereceu o Hospital do Rio Maina em caso de dificuldades para tratar os pacientes de Covid-19. “Hoje mesmo falei com o secretário do Estado, temos hospital pronto aqui, que pode receber uma semi intensiva. Não descuidamos do atendimento a quem precisa”, relatou.
