Fenômeno deixou rastro de prejuízo materiais em estradas, casas, prédios, rede elétrica e em plantações

Da Redação

O ciclone extratropical que atingiu o Sul do Brasil e castigou Santa Catarina ainda está ativo, mas perdendo força e se afastando em direção ao Oceano Atlântico. O saldo da passagem dele pelo Estado foi de oito mortes e um rastro de prejuízo materiais em estradas, casas, prédios, rede elétrica e em plantações na área rural, com baixa na produção de bananas, por exemplo.

As mortes registradas foram de uma idosa em Chapecó, um homem em Santo Amaro da Imperatriz, três em Tijucas e um em Governador Celso Ramos, Ilhota e Itaiópolis, e um motociclista em Brusque.

Instabilidade com frente fria

O setor de meteorologia da Epagri/Ciram informou ontem que a chegada de uma massa de ar frio ainda contribui com a instabilidade do tempo na região. Poderá haver ainda rajadas de vento, porém a situação vai se estabilizando a partir de hoje. A previsão é de que hoje, a região carbonífera amanheça com os termômetros marcando cerca de 7ºC. Amanhã a temperatura cai ainda mais, e as mínimas chegam a 2ºC.

Arrumando a casa

Equipes do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil e da Celesc estiveram ontem nas ruas e devem continuar hoje para atender as ocorrências relacionadas ao evento climático. Os danos foram contabilizados em todas as regiões de Sant Catarina pelo Corpo de Bombeiros, Celesc, Defesa Civil, além de órgão municipais e estaduais.

O governador lamenta as mortes e presta solidariedade às famílias e amigos das vítimas. Carlos Moisés acompanha deste terça-feira pessoalmente as ações das equipes do Estado que atendem os municípios atingidos. “O Governo do Estado não medirá esforços para auxiliar os catarinenses neste momento de dificuldade. Nossa missão é reduzir o sofrimento das pessoas”, afirma.  O chefe do Executivo estadual reforça a rápida resposta do Governo em eventos climáticos recentes, como o tornado no Extremo Oeste.

Celesc e Casan

Após a passagem do ciclone extratropical, a Celesc registrou o maior dano da história da rede elétrica. No total, 1,5 milhão de unidades consumidoras do estado ficaram sem luz. A estatal catarinense continua trabalhando para recompor 90% do sistema, apesar de a maioria dos serviços já terem sido feitos. De acordo com o chefe da Divisão Técnica da Celesc de Criciúma, Zulnei Casagrande, muitas residências devem ter a energia restabelecida hoje devido à alta demanda de atendimentos.

Até o início da noite de ontem, em Santa Catarina, 451.628 unidades estavam sem abastecimento de energia por parte da Celesc. Na região carbonífera, Criciúma tinha cerca de 1.500 unidades sem abastecimento.

A Casan também teve trabalho porque a falta de energia comprometeu o abastecimento de água. “Nossas equipes permanecem trabalhando para colocar em operação os sistemas afetados pela falta de energia. Em boa parte do Estado as unidades de captação ou de tratamento estão afetadas, prejudicando o abastecimento”, disse a companhia em nota.

A Casan orienta a população a fazer uso parcimonioso de água tratada neste momento para que esse recurso possa chegar ao maior número possível de usuários.

Cooperativas de eletrificação

Por parte das cooperativas de eletrificação rural, os problemas foram iguais. A Coopera, que atende Criciúma, Forquilhinha e Nova Veneza teve que repor postes e refazer a rede por causa dos estragos do vento. A cooperativa informou que recebeu cerca de 350 ocorrências.

Em Treviso, 40% dos 800 consumidores da Certrel não tinham energia até o fechamento desta edição. A Certrel chegou a ficar com todos os seus 4,5 mil associados sem energia. “Não fizemos ainda um levantamento detalhado dos estragos, mas são seis transformadores queimados, 50 postes que teremos que substituir que foram quebrados, várias situações de cabos rompidos, que foi o que mais aconteceu.  Uma das dificuldades é a comunicação porque a telefonia foi toda prejudicada. É um dos problemas enfrentados agora”, explicou o engenheiro eletricista e responsável técnico, Luciano Marcos Antunes Pinto.

Na Cooperaliança, em Içara, as equipes estiveram trabalhando entre Içara, Balneário Rincão Jaguaruna e Araranguá para restabelecer o sistema de energia nos locais atingidos pelos fortes ventos. Ao todo foram em torno de 2,5 mil unidades consumidoras que em algum momento ficaram sem luz elétrica até a tarde de ontem.

Poucos estragos em Içara

Após a noite e madrugada de fortes ventos em todo o estado de Santa Catarina, a equipe da Defesa Civil de Içara vistoriou pontos do município para verificar possíveis danos. A ocorrência mais grave aconteceu no bairro Aurora, após a queda de um coqueiro que danificou parte de uma residência. “Este foi o problema mais grave, mas tivemos também quedas de galhos em outros locais, mas nada mais grave”, explicou o coordenador da Defesa Civil de Içara, Nestor Brunel.

Três residências destruídas e nove parcialmente atingidas em Nova Veneza

Em Nova Veneza, três residências foram destruídas e sete tiveram prejuízos parciais de destelhamento no Bairro Nossa Senhora de Lourdes. Já no Distrito de Caravaggio, duas casas foram parcialmente atingidas. Em parte do Bairro Bortolotto, Nossa Senhora de Lourdes as famílias ficaram sem energia. O município também ficou sem sinal de celular. As casas destelhadas irão receber lonas para cobri-las provisoriamente.