Categoria se mobiliza e reúne lideranças para ajudar, mas governador do Estado se mantém inflexível na suspensão da atividade

Criciúma

Amanhã (14), se nada os impedir antes, motoristas e cobradores devem fazer um protesto nas proximidades da Rodoviária de Criciúma contra a suspensão das atividades do transporte coletivo no município, o que pode, segundo informações dos empresários do setor, levar a demissão de muitos trabalhadores.

“Convidamos a população que está sofrendo sem ônibus para que nos ajude”, convocou Clésio Fernandes, o Buba, presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores, em entrevista ontem à Massa FM.

Buba disse que, no próximo mês, boa parte dos 900 colaboradores podem ser demitidos. “As empresas não vão conseguir suportar mais um mês sem atividades. A geladeira dos trabalhadores já está vazia, agora nossa luta é pelos empregos. Queremos pressionar o governador para tentar sensibilizar ele”.

O presidente da Associação de Associação Criciumense de Transporte Urbano (ACTU), Everton Trento, confirmou ontem também, em entrevista na Som Maior FM, que há risco de demissões ainda este mês. “Nós estamos sem rumo. Foi feito todo um movimento, com prefeitos, vereadores, amanhã mesmo teremos outra conversa, reunindo o pessoal de Criciúma, sindicatos, ACTU, e iremos na Assembleia para lutar pelo retorno do transporte público. No brasil inteiro tá funcionado”, reclamou.

Até agora, segundo Trento, o prejuízo é calculado em R$ 1,8 milhão. “Temos que fazer pagamentos no próximo mês. Hoje há poucas demissões, mas deve haver demissões agora se nada for feito”, explicou.

BUbam do sindicato, reclamou da Justiça, que tem recusado o pedido das empresas para a volta às atividades. “Quando a gente faz uma greve não pode parar porque é serviço essencial. Agora não pode trabalhar, agora deixou de ser emergencial”, disse o sindicalista ao jornalista Anderson de Jesus.

A comitiva de empresários, políticos e sindicalistas que irá a Florianópolis para conversar com o secretário de infraestrutura espera uma resposta diferente do governador Carlos Moisés da Silva. “Vamos tentar mostrar ao secretário que o transporte pode ser retomado e que ele é fundamental para a manutenção dos empregos e a movimentação da economia”, disse o vereador Salésio Lima, que preside a Comissão de Transportes da Câmara de Vereadores.