Deputados cobram demissão do secretário da Casa Civil

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Márcia Pauli, ex-superintendente de gestão administrativa, e Helton Zeferino, ex-secretário de Estado da Saúde, disseram ter havido pressão de Douglas Borba na decisão da compra

Da Redação

A compra com dispensa de licitação de 200 respiradores mecânicos pela Secretaria de Estado da Saúde foi o tema mais abordado pelos deputados na sessão ordinária de ontem (6). O caso já motivou a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa. Três parlamentares – Ada de Luca (MDB), João Amin (PP) e Laércio Schuster (PSB) – cobraram o afastamento imediato do secretário de Estado da Casa Civil, Douglas Borba.

Tanto Márcia Pauli, ex-superintendente de gestão administrativa, e Helton Zeferino, ex-secretário de Estado da Saúde, declararam ter havido pressão da Casa Civil na decisão da compra dos respiradores.

Para Ada de Luca, Borba já deveria ter sido afastado antes, diante do que chamou de “escândalo do hospital de campanha”. “Acho que nem deveria ter assumido um cargo tão importante no governo. O Borba veio a público dizer que era tudo mentira, que nada teve a ver com o caso. Mas, na mesma entrevista, disse que tudo passa pela Casa Civil. Isso não passou?”, questionou.

O deputado João Amin classificou o caso como “uma novela ou série em que cada capítulo ou episódio é pior do que o outro”. “Se o Douglas Borba não sair ou for mandado embora, vai sangrar o governo Moisés por muito tempo. Hoje, no Jornal do Almoço, só não se viu uma cara de desfaçatez, uma cara de pau, porque estava com a máscara”, disse Amin, numa referência à entrevista do secretário Borba à NSC TV.

Amin também cobrou uma “atitude enérgica” do governador Carlos Moisés da Silva no caso e também questionou o papel da Controladoria Geral do Estado (CGE). “Onde estava a CGE nessa história toda?”.

Vontade de acertar

A líder do governo na Assembleia, deputada Paulinha (PDT), reconheceu que o Executivo errou na condução do caso dos respiradores, mas criticou a ideia de impeachment. “As pessoas perguntam todos os dias aos 40 parlamentares: e os respiradores? E os 33 milhões? A gente tem que confessar que o governo errou, mas na sua mais absoluta vontade de acertar, com escassez de recursos e necessidade de salvar vidas”, avaliou a deputada.