Diariamente, mudanças são anunciadas pelas secretarias de Educação e novos métodos de ensino são usados

Da Redação

A suspensão das aulas pelo menos até 31 de maio pelo Governo de Santa Catarina, em todos os níveis de educação, ensino infantil, fundamental 1 e 2, ensino médio e superior, fez as escolas e faculdades mudar calendários e se adaptar ao novo cenário provocado pela pandemia do novo coronavírus. Diariamente, mudanças são anunciadas pelas secretarias, e novos métodos de ensino são usados. Nesta situação, professores, pais e alunos se veem obrigados a lidar com novas ferramentas em meio ao isolamento social.

Reposição de aulas suspensas

Em Criciúma, a Secretaria Municipal de Educação definiu, em reunião realizada ontem (15), o novo calendário do ano letivo de 2020. A reposição das aulas será realizada no mês de julho, cancelando, assim, o habitual recesso escolar do período. Além disso, ao retorno das aulas presenciais, serão acrescentados 30 minutos no tempo em sala de aula e os alunos terão aulas nos sábados e feriados.

Segundo a secretária municipal de Educação, Cristiane Uliana Fretta, a previsão do retorno das aulas é dia 1º de junho. “Com este novo calendário, os alunos não serão prejudicados e conseguiremos cumprir as 800 horas do calendário escolar, como colocado pela medida provisória do Governo Federal”, explica ela.

Enquanto as escolas mantêm-se de portas fechadas, os 20 mil estudantes da rede municipal de ensino poder utilizar o Portal Educacional para realizar atividades educativas e seguir com o aprendizado. São oferecidas atividades dos conteúdos de todas as disciplinas, da Língua Portuguesa à Matemática. A plataforma também disponibiliza a Educação Especial, a qual tanto pessoas com deficiência auditiva, quanto ouvintes, podem usufruir de jogos educativos falados e histórias infantis.

Tecnologia a favor

De forma a se adaptar ao cenário de impacto causado pela pandemia do novo coronavírus, a Unesc utilizou da ferramenta Google Meet para seguir com os estudos acadêmicos e concluiu ontem (15) a sua segunda semana de aulas ministradas totalmente pelo ambiente virtual. Nesta modalidade, as mesmas metodologias aplicadas presencialmente se mantêm no formato online. Os professores realizam as aulas em tempo real com os alunos, dando oportunidade para as interações e troca de informação imediata. Mas caso a sincronia não seja possível, o estudante ainda tem acesso ao conteúdo em qualquer hora e em qualquer lugar.

Em duas semanas, mais de 500 conteúdos já foram disponibilizados em vídeo no YouTube e no AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem). Duas mil aulas foram ministradas por meio das plataformas digitais, com 95% de frequência por parte dos estudantes. “Aconteceu tudo muito rápido, é uma experiência nova, um cenário de adaptação. O ensino presencial tem extrema importância, mas aulas mediadas por tecnologia estão sendo bem preparadas pelos professores”, afirmou a estudante do curso de Ciência da Computação, Francine Feltrin Nunes.

O uso da tecnologia para a retomada dos estudos também chegou aos estudantes da rede Sesi Senai. Durante o período de suspensão de aulas, os professores participaram de uma semana pedagógica virtual por meio de lives, apoiando-os com diversas estratégias e ferramentas virtuais para incrementar as aulas, torná-las mais interativas e criativas, possibilitando que a aprendizagem aconteça à distância, sem o contato físico.

“Estamos aprendendo na relação e na experiência a lidar com tudo isto, não temos fontes anteriores e conhecimento científico produzido sobre isto. Desta forma, a escola está se reinventando, dando o seu melhor, utilizando ferramentas digitais, permitindo que os alunos continuem aprendendo e se desenvolvendo”, garante Fabiana Martinello Paez, supervisora escolar do ensino fundamental Sesi Escola.

Google for Education

As aulas no ensino fundamental do Sesi Escola estão acontecendo por meio das ferramentas oferecidas pelo Google For Education, vídeoaulas elaboradas pelos professores, propostas e atividades postadas e enviadas aos alunos e famílias, potencializando o desenvolvimento de habilidades previstas no currículo escolar.

Assim também é realizado no Ensino Superior. Através da mesma plataforma, a Unesc ampliou para o uso ilimitado das ferramentas e-mail, Agenda, Meet, Classroom, GDrive e Hangouts. Para melhor adaptação da comunidade acadêmica, as equipes de suporte técnico online estão atendendo de segunda a sábado e em todos os turnos.

Já em âmbito geral, as instituições de ensino estaduais possuem a plataforma do Google Sala de Aula, a qual os alunos podem tirar as dúvidas diretamente com os professores. Porém, para 18% dos 540 mil estudantes que não possuem acesso à internet, a Secretaria de Estado da Educação (SED) disponibilizou ontem mais um canal de atendimento a pais e alunos. O telefone 0800 644 7890 foi criado para orientar e tirar dúvidas de estudantes e responsáveis no horário entre 12h30 e 19h, seguindo a jornada de trabalho das coordenadorias regionais de educação.

Adaptando-se as novas experiências

Atualmente cursando o primeiro ano do Ensino Médio, Éverton De Souza Soares conta que as atividades através do Google Class Room são disponibilizadas uma por matéria na semana, o que alivia na sua organização. Na E.E.B Antonio Colonetti, escola a qual frequenta, são disponibilizadas apostilas para os alunos sem acesso à internet, fazendo com que os mesmos não sejam afetados.

“Mesmo com a pandemia estou trabalhando, assim perdendo um bom tempo na qual poderia estar fazendo a resolução dos exercícios. Mesmo assim, tenho tempo de sobra para me concentrar e responder nas datas estipuladas pelos professores”, conta ele.

Já a estudante de jornalismo Yarin Alves, que mora longe dos pais por conta dos estudos, destaca o excesso de informações disponibilizadas, o que dificulta o ensino a distância. “Agora com tudo parado, parece que a demanda é maior. Quando encerro o trabalho de uma matéria, já aparece mensagem de um novo trabalho num grupo de outra, e assim por diante”, relata.

O isolamento social, as notícias da propagação do coronavírus e a produção corrente dos trabalhos, fazem com que a universitária estabeleça um método de estudos: um trabalho por dia. “Eu faço questão de participar das web conferências e faço uma lista de coisas que eu tenho que fazer na semana, antes de me desligar um pouco”, completa.