Implantada em Içara há cerca de mês, projeto busca proteger as mulheres e fazer cumprir as medidas protetivas

Há cerca de 30 dias, uma ação da Polícia Militar de Içara tem auxiliado na prevenção da violência doméstica e familiar contra a mulher: a Rede Catarina. Atuando com a Guarnição Especial de Içara (Geic), o programa surgiu da reunião de esforços entre a Polícia Militar, Ministério Público e Poder Judiciário, na medida que este, em suas decisões de Medidas Protetivas, encaminha as vítimas para inclusão no atendimento da Rede Catarina.

O programa era uma das grandes metas da Polícia Militar no município. Quando assumiu o comando da Guarnição Especial de Içara, o tenente-coronel Cléber da Silva Benedet Inácio destacou a importância do projeto. “Os órgãos municipais estão se empenhando para conseguir uma casa de acolhida para as mulheres vítimas de violência. A ideia é casar essa intenção do município com o nosso projeto. É uma das bandeiras que vamos acampar”, afirma Inácio.

O maior foco é fazer com que os agressores cumpram as medidas protetivas. Quando há uma determinação neste sentido do Poder Judiciário, essas mulheres passarão a fazer parte da Rede Feminina. Em um primeiro momento, faremos uma visita até a casa da vítima, faremos um cadastro e começaremos a realizar um acompanhamento”, destacou o sub-comandante da Geic, o major Sandi Muris Sartor.

Uma das grandes dificuldades enfrentadas pelas mulheres vítimas de violência é o momento de relatar a um homem o crime. Por isso a Polícia Militar determina que ao menos uma mulher faça parte da guarnição. “Isso dá uma maior confiança para a vítima. Até para ela relatar algo que acha muito íntimo que às vezes é mais difícil de falar para um policial homem”, afirma o sub-comandante.

O programa

O programa objetiva direcionar esforços por parte da corporação no combate e prevenção à violência doméstica, atuando de forma efetiva na fiscalização das medidas protetivas que o Judiciário concede à mulher vitimada, além de propiciar um canal de comunicação e cooperação entre a Polícia Militar e as atendidas, orientando-as e protegendo-as.

Para tanto, a Polícia Militar disponibiliza uma equipe de policiais, na qual, no mínimo, um Policial Militar será do sexo feminino, que realizará contatos telefônicos e visitas às mulheres inseridas no Programa, visando coibir a continuação delitiva do agente e trazer um sentimento de proteção a elas.

Por meio da Rede Catarina, é feito um acompanhamento, com a guarnição visitando a casa da protegida todas as semanas. É verificado se o agressor se aproximou ou se desobedeceu alguma ordem judicial.