Projeto piloto foi implantado pela Prefeitura de Içara, que receberá matérias leves de construção para doação

Quem tem sobra de material de construção em casa pode doar este material para o projeto Rever-Banco Social de Materiais de Construção. Um aplicativo foi desenvolvido para facilitar as doações e o projeto piloto foi lançado ontem pela Prefeitura de Içara e será gerido pela Secretaria de Assistência Social, Habitação, Trabalho e Renda. O material doado será encaminhado para uma população previamente cadastrada.

O Rever nasceu da indicação da vereadora Edna Benedet e após uma visita da presidente do Departamento de Fomento a Atividades Inclusivas (FAI), Ceneli Gastaldon, e da secretária de Assistência Social, Habitação, Trabalho e Renda, Fabiana do Amaral, aos Bancos Sociais, iniciativa da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs).

“Adaptamos o que era bom no projeto do nosso estado vizinho e trouxemos para cá. O aplicativo quer rever nossas atitudes, trazendo essa proposta de um movimento solidário, destinando materiais para a população cadastrada na Secretaria, e para as entidades inscritas nos conselhos de atuação. É um projeto que foi pensado no todo, que visa diminuir os impactos ambientais causados pelo desperdício de diversos materiais de construção. Com isso, ainda é possível ajudar outras pessoas que estejam construindo ou reformando”, detalhou a secretária Fabiana do Amaral.

Os cidadãos que não tem cadastro prévio na Secretaria de Assistência Social devem baixar o aplicativo e em seguida efetivar seus cadastros diretamente na sede do órgão, na Rua Donato Valvassori, 667, das 8h às 12h e das 13h às 17h.

Como funciona

A doação será realizada de cidadão para cidadão. Caso alguém possua na residência algum material de construção leve, deve realizar o cadastro no aplicativo, lançando o que deseja doar, e em seguida a Secretaria de Assistência Social coleta o material na residência. O cidadão que gostaria de receber aquele material também precisar ter o aplicativo para acesso à lista de itens. “Na Secretaria, a equipe fará um filtro das necessidades previamente cadastradas e posterior encaminhamento. É um aplicativo pioneiro. Todos têm que baixar, usar, pois é bem intuitivo e fácil de manusear”, explicou Fabiana.

O aplicativo foi desenvolvido pela empresa Appso, startup de Içara. “Nossa missão casou muito bem com o produto, já que o conceito remete a rever nossas atitudes, nossas ações e nossa relação com o meio ambiente. A pessoa pode fazer o login pelo Facebook ou Google/e-mail. O app está disponível na Apple Store e no Google Play, basta digitar “Rever” na busca. Ele funciona também como um canal de informação pública entre administração e população”, explicou o coordenador Administrativo e Comercial da empresa, Fabrício de Jesus.

Cidadania na palma da mão 

No aplicativo, também é possível analisar o estoque de todos os materiais, analisar o que foi já doado e adquirido. “O aplicativo será gerido pelo Departamento de Habitação. No cadastro, o cidadão envia sua localização e também a foto do material. A Secretaria fará a busca no local indicado”, destaca o técnico do Setor de Habitação Tiago Inácio.

Para receber os materiais os cidadãos precisam se adequar aos seguintes critérios: ter renda de no máximo dois salários mínimos, ter apenas um imóvel no município, ter acima de 18 anos ou ser emancipado. Já as entidades precisam estar cadastradas nos conselhos de atuação.

“O aplicativo encurtará muito o processo de doação e recebimento de materiais. Além disso, ele elimina qualquer dúvida de que as doações foram para mãos erradas. O que está em excesso em um lugar, pode ser útil em outra casa, e com esse ciclo de solidariedade diminuiremos consideravelmente as demandas que chegam à Assistência Social”, avaliou o prefeito Murialdo Canto Gastaldon.

O principal canal de divulgação dos materiais será no aplicativo, mas não será único. Os materiais para doação também serão expostos em outros espaços da prefeitura, incluindo a Secretaria de Assistência Social.

O que pode ser doado: fechaduras, telhas, pregos e parafusos, cimento e argamassa, tintas, materiais elétricos, pisos e azulejos, portas e janelas, esquadrias, torneiras e chuveiro, tubos e conexões, madeiras. Areia, um material bastante comum em sobras, não está relacionada porque não pode ser estocada no local destinado para isto pela Prefeitura.