Monitoras e enfermeiras são capacitadas pelo Projeto Amora

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Profissionais receberam informações sobre direitos das mulheres, especialmente sobre a dinâmica do ciclo de agressão física e psicológica

Monitoras dos Clubes de Mães do Departamento de Fomento a Atividades Inclusivas (FAI) de Içara, além de profissionais do Centro de Referência Especializado em Assistência Social (Creas) e enfermeiras da Rede Municipal de Içara, receberam ontem uma formação com a equipe do Projeto Amora, da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), sobre direitos humanos das mulheres, especialmente sobre a dinâmica do ciclo de violência doméstica e familiar e suas formas de prevenção e enfrentamento.

A ação foi organizada pela FAI em parceria com a Unesc. “Essa capacitação tem como objetivo formar as nossas monitoras, enfermeiras e a equipe que atua no Creas para detectarem quando existe algum tipo de violência na vida dessas mulheres, e as incentivarem a denunciarem, tendo em vista que um grande número não o faz, por medo ou algum outro motivo”, explica a presidente da FAI, Ceneli de Freitas Gastaldon.

A formação integra uma relação de ações que serão executadas antes da apresentação da Rede de Enfrentamento à Violência, que será lançada em novembro em Içara. “Queremos formar uma grande Rede de Proteção que envolva os clubes, a Polícia, o Creas, as unidades de saúde, para que consigamos abraçar e proteger essas mulheres e que elas se sintam empoderadas para denunciar as agressões”, completa Ceneli.

Rede de apoio

A partir da capacitação, as monitoras dos clubes, bem como as enfermeiras que atuam nas unidades de saúde, estão orientadas a como realizar a abordagem e encaminhamentos para as mulheres que frequentam esses espaços públicos, sejam acolhidas e recebam apoio necessário. “Muitas vezes as mulheres que sofrem a violência não falam sobre a situação, porém, com as instruções, os profissionais poderão observar os indícios e realizar a abordagem, direcionando-as para atendimentos nos serviços públicos especializados”, explicou Janete Trichês, uma das coordenadoras do projeto. “É muito importante que depois do estabelecimento da rede, as profissionais trabalhem integradas, para que ela funcione efetivamente e ajude muitas mulheres”, ressaltou.

A enfermeira-chefe da Unidade de Saúde do bairro Primeiro de Maio, Glicia Pagnan, ressaltou que a formação serviu para reflexões sobre questões que às vezes passam despercebidas no dia a dia profissional.

“Muitas vezes ficamos só com o olhar para a violência física, e existem diversos outros tipos como a social, a psicológica e a econômica, então estes momentos são sempre bons para abrirmos o olhar e para seguirmos juntas nessa rede de apoio, para ouvir e encaminhar devidamente todas essas mulheres”, falou.