Coluna Economia em foco – 28/08/2019

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A Bolsa de Valores nas últimas semanas

As últimas duas últimas semanas registraram fortes quedas, com o Índice Bovespa acumulando perdas de aproximadamente 4,4% durante o mês de agosto. O suporte dos 100.000 pontos foi rompido e no exato momento a percepção é que nos próximos dias o movimento permanecerá no sentido da queda. Estamos atentos ao suporte formado na faixa dos 95.100 pontos para os contratos de Mini Índice Futuro (WINV19) – ativo de grande volume de operações no mercado de futuros, utilizado pelos agentes do mercado financeiro para securitização de suas carteiras e que costuma precificar o valor futuro do índice Bovespa.

A Bolsa de Valores nos próximos dias

Analisamos que há de fato uma tendência de queda de curto prazo formada com movimentação do Índice procurando os 95.100 pontos nas próximas semanas. Por ora compensa aguardar a consolidação dessa fase da Bolsa para novo posicionamento de posições compradas nos principais nativos negociados. O momento é de bastante cautela e zelo com compras na Bolsa de Valores.

O dólar futuro essa semana

A tendência de alta permanece, conforme apontado nas colunas anteriores, e tem ganhado força no movimento das últimas semanas. A ruptura do valor de 4,000 R$/US$ foi atingida dia 14/ago, dia esse em que a cotação dos contratos de Dólar Futuro (DOLV19) fecharam em 4,058 R$/US$. Desde o início da tendência de alta, a máxima verificada foi dia 23/ago, com fechamento em 4,123 R$/US$. Acredito que o mercado ainda irá operar em alta nos próximos pregões, possivelmente buscando o teto de 4,130 R$/US$ verificado em 20/mai desse ano.

Expectativas para a Economia I

O Relatório Focus, divulgado semanalmente pelo BACEN, resume as estatísticas calculadas considerando as expectativas de mercado coletadas até a sexta-feira anterior à sua divulgação, sendo sempre divulgado em todas as segundas-feiras. O relatório traz o comportamento semanal das previsões para índices de preços, atividade econômica, câmbio, taxa Selic, entre outros indicadores. Essas informações são muito influentes para a conduta da Política Monetária executada pelo BACEN, pois direcionam o rumo da taxa de juros SELIC. A previsão do mercado financeiro para o crescimento do PIB permanece estável: enquanto o mercado acreditava há quatro semanas que o crescimento do PIB no ano seria de 0,82%, na última semana esse valor aumentou ligeiramente para 0,83%. Os analistas do mercado financeiro revisaram suas expectativas para a taxa SELIC, reduzindo o valor 5,00% ao ano até o fim de 2019. Há quatro semanas atrás os analistas acreditavam que esse mesmo número permaneceria em 5,50%. Quanto à inflação, mensurada pelo IPCA, houve uma pequena revisão das expectativas: o mercado considera que o IPCA atingirá 3,70% até o fim de 2019. Há quatro semanas o mercado considerava que o fechamento de 2019 para o IPCA seria de 3,77%.

Expectativas para a Economia II

O mercado tem revisto frequentemente o valor esperado para o saldo em Conta Corrente, mensurado em bilhões de dólares. Atualmente o mercado prevê que o saldo para o fim de 2019 será de US$ -21,25 bilhões. Essa conta registra as entradas e saídas devidas ao comércio de bens e serviços, bem como pagamentos de transferências do Brasil com o exterior. Há pouco mais de 4 semanas, o mercado acreditava que esse valor seria ainda menor, em torno de US$ -23,00 bilhões. Os Investimentos Diretos no País esperados para 2019 foram estimados em US$ 85 bilhões, por sua vez, mantendo o mesmo valor quando comparada a previsão de um mês atrás.

Expectativas para a Economia III

Os analistas mantiveram suas expectativas quanto à evolução da Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) em termos percentuais do PIB. Atualmente o valor estimado pelos analistas é que a DLSP corresponda a 56,50% do PIB em 2019. Os analistas acreditam que a DLSP manterá a sua trajetória crescente ao longo do tempo, atingindo o máximo de 61,75% do PIB em 2022.

Economista Amauri de Souza Porto Junior – Professor do curso de Ciências Econômicas da UNESC – Contato: aspj@unesc.net