Foram pescados menos de 50 toneladas, longe das 80 do ano passado, e que era a projeção de 2019

A uma semana para o fim da temporada de pesca da tainha, que se encerra no dia 31, os pescadores da região já sabem que não irão alcançar os números esperados. Se a expectativa era ao menos alcançar aos 80 toneladas do ano passado, em 2019, por pouco passou da metade.

“Neste ano, acredito que não chegue a 50 toneladas. Quase metade do ano passado. Os pescadores conseguiram pagar as contas, mas para sobrar um dinheirinho, ficou muito aquém”, afirmou o presidente da Colônia de Pescadores Z-33, João Picollo.

O frio, ou a falta dele, foi o principal responsável pela safra fraca. “Desde 1° de maio, quando iniciou a pesca da tainha artesanal, os nossos pescadores já estavam percorrendo as praias, mas infelizmente, não só na nossa região, mas em todo o Estado, nós tivemos uma pesca da tainha muito fraca neste ano. A gente tem tentado ver qual o motivo, e um dos motivos é a temperatura, o frio, o inverno que atrasou. São Joaquim pode diminuir a produção de maçã em consequência do frio que não vai chegar. E assim é a pesca da tainha também. Depende da temperatura, do mar, das águas, dos ventos. E infelizmente foi um ano ruim”, revela.

Segundo Picollo, as tainhas passaram pela nossa costa, mas como as águas não estavam frias o suficiente, estavam em uma profundidade alta. “Tem o período que ela precisa sair para fazer a desova. A diferença é que quando as aguas estão frias, elas vêm para a costa, onde faz a desova. Se não tiver o frio, vai passar a 30, 40 metros de profundidade e segue o caminho. E infelizmente, nossos pescadores não consegue acessar essa profundidade do mar”, explica.

E quando as tainhas apareceram, foram em menor número que o normal. “Os cardumes foram menores neste ano também. Antes, estávamos acostumados a pegar 10 toneladas. Neste ano, o máximo que pescamos foi 2 toneladas, 3 toneladas. Aqueles cardumes, as mantas de peixe, isso não tem acontecido neste ano”, completa.

Alternativas

Sem o rendimento esperado com as tainhas, os pescadores têm outras alternativas. No próximo mês inicia a temporada da anchova, e em setembro, a da corvina.

“Esperamos que agora, com a pesca da anchova, tenhamos algumas novidades, mas não é aquela pesca como a da tainha. A tainha agrega melhor valor, porque tem mercado melhor. A anchova também tem um bom valor. E a corvina tem um menor valor, mas tem grande consumo”, explica.