Julho é o mês de prevenção das hepatites virais

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Criciúma é a terceira cidade de Santa Catarina em número de casos novos

A Secretaria de Saúde de Criciúma, por meio do Programa de Hepatites Virais, realiza neste mês a Campanha de Prevenção e Rastreamento de Hepatites Virais, com programação especial até o dia 28 de julho, data que marca o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais.

Segundo a enfermeira e coordenadora do Programa de Hepatites Virais da Administração Municipal, Fabiana de Brida, Criciúma é o terceiro município de Santa Catarina em número de casos novos. “As hepatites virais compõem o grupo de doenças infecciosas e transmissíveis, com uma importante relevância epidemiológica no município e região. A incidência atual mostra taxas preocupantes, sendo o município com maior número de pacientes na região do extremo Sul catarinense”, alerta.

Fabiana destaca que os sintomas aparecem a longo prazo, por isso a importância de fazer o teste rápido. “Hepatite é uma doença silenciosa. Os sintomas como náusea, vômito e olhos amarelados costumam aparecer após 15 ou 20 anos. Precisamos reforçar para que as pessoas façam o teste que está disponível de forma gratuita nas unidades de saúde para toda a população”, reforça.

Transmissão

A transmissão do vírus da hepatite B (HBV) ocorre por via parenteral (compartilhamento de agulhas e seringas, tatuagens, piercing, procedimentos odontólogos ou cirúrgicos) e, sobretudo, via sexual, sendo considerada uma doença sexualmente transmissível. É mais comum para o HBV do que para o HCV. Na hepatite C a transmissão pode ocorrer, em especial, em pessoas com múltiplos parceiros, coinfectadas com o HIV, com alguma lesão genital, com alta carga viral do HCV e doença hepática avançada.

A hepatite C é mais comum em usuários de drogas injetáveis por conta do compartilhamento de agulhas e seringas contaminadas. No grupo de risco também estão inclusos indivíduos que receberam transfusão de sangue e hemoderivados antes de 1993 (quando não havia a obrigatoriedade de testagem sorológica para o HCV).

De acordo com Fabiana, pacientes com hepatite C têm grande probabilidade de desenvolver diabetes tipo 2. “O vírus da hepatite C é capaz de alterar a sinalização da insulina e impedir que ela regule o metabolismo da glicose no organismo, dificultando ou bloqueando a ação da molécula de insulina”, explica.

Números de casos confirmados em Criciúma de 2012 a 2018:

  2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 TOTAL
HIV/HBV

 

0 1 0 0 1 0 1 3
HIV/HCV

 

8 3 6 8 4 3 5 40

 

Conforme dados do Ministério da Saúde, a transmissão via sexual sem preservativo é a maior causadora de hepatite, correspondendo a 78%. Já a hepatite C, seria pelo o uso de drogas injetáveis (UDI), representando 32%.

Os tratamentos para hepatites virais B e C são oferecidos pelo Ministério da Saúde, através de Protocolos Clínicos de Diretrizes Terapêuticas, a todos os pacientes que se enquadrem nos critérios dos mesmos, sem custos, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).