UTI do HSD continua sem previsão de abertura

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Impasse sobre o déficit financeiro pesou na decisão do Conselho Deliberativo

A Unidade de Terapia Intensiva do Hospital São Donato, em Içara, continua sem previsão de abertura. Ontem, o Conselho Deliberativo do hospital, que é formado por entidades de Içara, optou por não colocar a UTI em funcionamento até que uma nova conversação com representantes da Saúde do Estado seja realizada ou até que o repasse de verba das emendas parlamentares prometidas por deputados possam assegurar o valor necessário para cobrir as despesas do serviço.

De acordo com o presidente do HSD, Waldemar Luiz Casagrande, o Zinho, haverá uma nova reunião ainda em julho para definir sobre a abertura da Unidade de Terapia Intensiva. “A previsão é que a ativação impacte em R$ 440 mil no orçamento mensal. O Estado cobrirá R$ 259 mil ao mês a partir da ocupação total. Mas isto significa que no primeiro mês o valor do repasse poderá não ser integral apesar dos custos fixos com a equipe. Portanto, a diferença mínima ficará em R$ 180 mil”, explica.

“A decisão caberá aos conselheiros. Será um voto de confiança”, coloca o diretor-administrativo, Júlio César De Luca. Segundo ele, o aporte do Estado e o complemento com outras fontes de recurso será necessário até a habilitação no Governo Federal, por ora, sem prazo definido. “O Conselho Fiscal emitiu um parecer pela cautela. Por isso, vamos esperar a confirmação de emendas parlamentares que possam ser utilizadas para o custeio”, acrescenta o presidente do hospital.

Observatório Social propõe iniciativa em prol do HSD

O Observatório Social do Brasil de Içara apresentou ontem para o Conselho Deliberativo do Hospital São Donato, uma proposta de recursos proveniente da economia do Poder Legislativo. A intenção é equiparar o vencimento dos vereadores ao piso de um professor pós-graduado de 40h, de aproximadamente R$ 5 mil, além dos assessores, neste caso, por 60% do valor, ou seja, R$ 3 mil.

Conforme o presidente do OSB Içara, José Renato Brígido, nestes moldes seria possível gerar uma economia direta de R$ 1,3 milhão ao ano a partir de 2021 em benefício da fundação filantrópica. “O objetivo é chegar ainda a R$ 2 milhões também com a criação de uma sede própria do Legislativo”, indica.

“O hospital enfrenta problemas constantemente e este recurso poderia contribuir para avançar nos serviços. O diálogo com os vereadores iniciou no ano passado e continua. Devido à importância, acreditamos que a proposta será feita pelo Poder Legislativo. Vamos oficiar a Câmara Municipal para que nos posicione dentro de 30 dias. Caso não tenhamos retorno positivo, apresentaremos por iniciativa popular. Aproximadamente 2 mil assinaturas seriam necessárias para protocolar a proposta na Câmara Municipal”, resume.

“A iniciativa é louvável. Tivemos uma apresentação hoje e levaremos à apreciação na próxima reunião”, indica o presidente do Conselho Deliberativo, Pedro Piazza.

“É uma ideia de redução de despesas da câmara e que esse valor seja utilizado para construção própria da câmara e o que sobrasse seria destinado ao hospital, já que o hospital está com falta de recursos há muito tempo. Então seria uma sobra dos valores. Mas esse é um assunto que não foi resolvido no conselho ainda. Isso ainda requer muito diálogo para que seja colocado em prática”, conta o presidente do hospital, Zinho Casagrande.