Morte de macaco em Urussanga acende sinal de alerta na região

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Vigilância Epidemiológica reforça necessidade de vacinação contra a febre amarela

Nesta semana, um caso de morte de macaco bugio foi registrado em Urussanga. De acordo com relatos de moradores à Vigilância Epidemiológica, outros dois macacos haviam morrido no mês anterior, mas ninguém havia comunicado às unidades de saúde.

De acordo com o gerente regional de Saúde, Fernando de Faveri, a causa da morte do animal não foi confirmada, pois ele já estava em estado de decomposição. Porém, a Vigilância Epidemiológica reforça a necessidade de a população de nove meses até 59 anos, tomar a vacina.

“Redobramos o alerta principalmente na região de Urussanga em virtude desses macacos mortos. Já houve no início do ano um jovem de 37 anos, residente em Joinville, que foi infectado e morreu”, revela Fernando de Fáveri.

Segundo o gerente regional de Saúde, o morador de Joinville adquiriu a febre amarela na própria cidade, pois não viajou para fora do município e após a contaminação, morreu em seis dias. Além disso, um macaco morreu na cidade de Garuva no último mês.

“A gente está com a vacina disponível nas 92 salas de vacina dos 12 municípios da região carbonífera” conta. “Temos uma meta de 320 mil pessoas e já vacinados 160 mil. A gente solicita que as pessoas procurem a unidade de saúde mais próxima da sua residência para fazer a vacina”, ressalta Fernando.

Doença sem cura

A Febre Amarela é uma doença sem cura. Mesmo que a pessoa infectada não morra, ela sempre terá o vírus amarílico, que traz complicações renais, hepáticas e cardíacas. “Isso compromete diretamente na vida da pessoa infectada”, afirma.

Com a vacina, a pessoa está protegida do vírus, que é transmitido por um mosquito. “Ele vive na mata e ataca o macaco. O macaco não transmite. Ele é tão vítima quanto nós”, explica.

Fernando classifica os macacos bugios como um ‘anjos da guarda’, pois quando morrem, possibilitam a identificação de circulação do vírus na região. “O mosquito vem seguindo numa rota de São Paulo até o Sul do Brasil. Ele (mosquito) tem autonomia de 11 quilômetros de distância por dia”, conta.

Fernando ressalta também a necessidade de a população observar o comportamento dos macacos. “Caso ele esteja fora do habitat natural, a partir do momento que a gente vê o macaco perambulando pelo chão, atropelado, morto, é necessário avisar o posto de saúde mais próximo, para que a gente possa investigar”, alerta.

Pouca procura pela vacina

Segundo ele, a Febre Amarela, que há décadas não se registrava casos no país, está ressurgindo em razão da baixa procura pela vacina. “Infelizmente a população está acreditando mais nas fake news do que propriamente nas vacinas. É comprovado cientificamente que as vacinas salvam vidas e se hoje a gente vive mais é por conta das vacinas”, afirma.

Conforme Fernando, as pessoas que tiverem alguma dúvida, devem procurar a unidade de saúde e conversar com seu médico. De acordo com ele, caso ocorra uma epidemia de febre amarela em Santa Catarina, os hospitais não terão capacidade de atender a todos.

“Será necessário criarmos hospitais de campanha com a ajuda do Exército Brasileiro. Portanto, para não chegarmos nesse ponto, precisamos que a população se vacine”, pontua.