Beleza da flor

As mulheres que somos, continuam exatamente iguais as mulheres do passado: nossas avós, tias e mães. As feministas me degolariam em praça pública, mas não é verdade? Ainda acordamos cedo para fazer o café e deixar a mesa arrumada e bonita, ilustrada para a família com todas as guloseimas que eles gostam: bolo de fubá, pão de queijo, leite e café quente. Acordamos nossos filhos, e os acompanhamos da hora que acordam até a hora que se deitam na cama e dormem. Não mudamos em nada, apenas acrescentamos outros valores, que nos permitem ser ainda mais completas como mulheres. Estudamos, trabalhamos, inserimo-nos na sociedade: professoras, médicas, dentistas, políticas, engenheiras, policiais, juízas, advogadas, jogadoras de futebol… Nenhuma destas profissões nos torna diferentes, pois continuamos com a mesma sensibilidade e carisma de outrora. A “Mulher” nasceu para estar ao lado do homem, somando em prol de alcançar a felicidade. Amamos poesia, pinturas abstratas, música… Lutamos para não perder a sensibilidade diante da modernidade, sendo a mulher atual que acompanha a evolução, e ao mesmo tempo voltamo-nos ao passado espelhando-nos nas mulheres do passado, que mais pareciam leoas protegendo as crias, pois o instinto maternal que é nossa essência atravessa gerações, isto é ser Mulher.

A figura que ilustra as telas, as músicas, as crônicas, os romances, os contos e inspiração para as mais diversas vozes é a “Mulher”. Segundo o escritor Alexandre Moreira “é a que anima, que protege, que sonha, que chora, que tem fibra, que sabe o que é viver. Sendo que o homem não passa de um menino aguardando os braços da mulher para lhe consolar”. Em sua trajetória poética, Drummond destacava a imagem da mulher em suas relações com o amor e o erotismo. No seu livro “Alguma Poesia”, o poema ‘Iniciação Amorosa’ sugere pelo título as primeiras experiências amorosas, mas se recusaria a publicar a poesia erótica. Drummond desqualificava a mulher na visão de alguns críticos, mas quando o li, consegui ver de uma forma diferente, o poeta valorizava as mulheres, embora o erotismo estivesse presente. Já Picasso conheceu Marie-Thérèse no início de janeiro de 1927 em frente as Galeries Lafayette. Cristalizava seu processo criador por causa desta mulher. Para ela que ele criava telas maravilhosas, com grandes curvas que reproduziam os movimentos do corpo, tons luminosos da pele e dos cabelos. Se observarmos, os homens se inspiram nas mulheres na maioria das suas criações. Quanto a música, cito o cantor Roberto Carlos, que a décadas inspira-se nas mulheres “A mulher que eu amo/ Tem nos olhos a calma/ Ilumina minha alma/ É o sol do meu dia/ Tem a luz das estrelas / E a beleza da flor/ Ela é minha vida/ Ela é o meu amor…Tudo isto acontece, porque a “Mulher” tem mil qualidades e não tem como não agradar, e quando um defeito surge por trás do oceano feminino, logo é esquecido e a sua beleza permanece.