A Operação Veraneio encerra oficialmente nesta segunda-feira em Santa Catarina. Com o trabalho de 9 mil profissionais da área da segurança pública em 61 municípios, a ação especial ocorreu inclusive em Balneário Rincão, que recebe turistas de todo o Estado durante a alta temporada. Além de mil guarda-vidas contratados, são 2 mil viaturas, sete helicópteros, três aviões, além de quadrículos, motonáuticas e embarcações atuando no litoral e em balneários.

Os profissionais também contam com o auxílio de ferramentas tecnológicas para reforçar a segurança, tanto dos banhistas como da população em geral. No Corpo de Bombeiros, um aplicativo criado e em funcionamento desde 2016, o App Praia, ajuda a divulgar as condições do mar, seja com relação às cores das bandeiras, incidência de água-viva ou locais onde há guarda-vidas. O aplicativo abrange todas as praias do litoral catarinense.

Além disso, um projeto piloto foi implementado em 2019: a utilização de drones para salvamento aquático. “Os testes foram muito positivos. Ele tem uma boia, e no momento que o banhista está se afogando, nós fazemos o lançamento da boia através do drone até que o guarda-vidas chegue até o banhista e efetue o salvamento”, explica o comandante da corporação em Içara, capitão Renan Fernandes.

De acordo com relatório atualizado do Corpo de Bombeiros, em Balneário Rincão, 91 casos de prevenção de afogamento foram registrados durante a Operação Veraneio.

Auxílio

A Polícia Militar também conta com o auxílio tecnológico para prevenir e mapear crimes através do aplicativo BI. “O software registra a ocorrência e automaticamente é registrada nesse banco de informações e então ele vai nos dando a orientação de manchas criminais, incidência de tráfico de drogas, de Lei Maria da Penha, etc. Isso faz com que ele nos mostre o maior índice de ocorrências para que possamos fazer a distribuição de policiamento de forma correta e, consequentemente, coibir ações criminosas”, explica o sargento da Polícia Militar, Reginaldo Rizakti, comandante do grupamento em Balneário Rincão.

Furtos

Segundo o agente da Polícia Civil lotado na cidade, Leandro Klug, durante a operação, o índice de furtos caiu drasticamente. “Nossa equipe trabalha 24horas em plantões e não tivemos grandes preocupações no Balneário Rincão”, afirma.

De acordo com o sargento, nos relatórios da PM não houve registro de disparo de arma de fogo. “Nesse período tivemos uma redução acidentes de trânsito na área urbana, além do baixo índice de ocorrências na orla marítima. A gente se sente satisfeito com o trabalho realizado e com o resultado da operação. Mas é importante ressaltar que a população também precisa continuar fazendo o seu papel de sempre, nos acionar quando há algo de errado acontecendo. O trabalho da polícia é um complemento do trabalho que a sociedade exerce”, pontua Rizatki.

Projeto Golfinho ajuda na prevenção a acidentes

De acordo com o capitão Renan Fernandes, foram formadas aproximadamente 500 crianças no Projeto Golfinho, que visa prevenir afogamentos em ambiente marinho e evitar queimaduras com água-viva, além de orientação a respeito de bandeiras no mar indicando locais impróprios para banho.

“O ano de 2019 contou com temperatura elevada, tempo favorável e pouca chuva. Esses fatores contribuíram para maior concentração de banhistas durante a temporada. Com isso, também tivemos aumento de 80% na incidência de lesões causadas por água-viva”, revela o capitão.

Embora a Operação Veraneio chegue ao fim, o verão ainda não acabou e milhares de pessoas continuam frequentando locais onde possam se refrescar. Portanto, o alerta também se estende aos locais de água doce, como lagoas.

“No momento que for tomar banho, a orientação se dá para que as pessoas adotem algumas precauções: não nadar sozinho, se ver alguém se afogando se você não tem o curso, chame 193”, indica o militar.
De acordo com Fernandes, a primeira opção para efetuar o salvamento que pode ser realizada é arremessar algum objeto flutuante para a pessoa que está se afogando. “Uma corda ou uma boia podem servir para ajudar”, sugere.

Além disso, não é recomendável entrar na água após ingerir bebidas alcoólicas e logo após a refeição. “O recomendável é esperar no mínimo uma hora após a alimentação”, orienta Fernandes.
O mergulho em águas rasas também pode causar ferimentos graves aos banhistas. “Em alguns casos, a pessoa pode ficar tetraplégica ou até mesmo morrer ao mergulhar de cabeça”, alerta.