Sem muitas pretensões e como um hobby, EniDarabas e Rosane de Campos Fernandes começaram a fazer doces, salgados, bolos, pãese tortas para a família e amigos. Mas logo a ideia de empreender surgiu. E por que não juntar o útil ao agradável? Foi isso o que as içarenses fizeram: transformaram as receitas caseiras em uma fonte de renda.

“Sempre quis montar um negócio para mim, sempre tive essa ideia comigo. E eu gostava muito de criar receitas, de fazer novidades. A partir disso, foi surgindo aquela ideia de ter um negócio”, conta Eni. Não demorou muito para a possibilidade virar realidade.

“Quando eu pensei em fazer alguma coisa, a minha filha convidou para nós fazermos o chá de bebê dela. Fizemos e uma amiga dela disse: ‘faz para mim também’. Outra pediu também. Isso foi incentivando. Então pensei em começar devagarzinho para ver. E a gente começou a fazer assim (ela e a filha), e foi indo”, recorda a doceira.

“Os clientes começaram a divulgar boca a boca mesmo. E cada mês que passava crescia a clientela. E hoje a gente está expandindo bastante. Cada dia que passa a gente gosta mais de fazer, tem bastantes elogios, isso dá bastante motivação. É um dos motivos que a gente se anima cada vez mais para continuar”, completa.

Os elogios, segundo ela, são provenientes da qualidade dos produtos que comercializa. “São todas receitas caseiras, não tem nada industrializado, é tudo produto natural”, garante. Atualmente, os doces são produzidos em um espaço no bairro Jaqueline, aos fundos de sua residência.

Só doces

Rosane, que recentemente comercializa apenas docinhos, também expandiu o número de clientes com suas receitas caseiras. “Não tenho Instagram, Facebook, o meu diferencial é o boca a boca, porque um compra e indica para o outro”, comenta.

Antes, a moradora do bairro Nossa Senhora de Fátima produzia salgados e tortas, porém a produção foi encerrada, em vista do tempo de preparo.

“A torta precisa de dois dias para fazer e eu fazia tudo caseiro, o coco eu ralava fresquinho. Agora, como ajudo na academia (da família), não dá tempo de fazer. O docinho eu faço, deixo resfriando e, quando termino a limpeza da academia, finalizo”, descreve Rosane.

“Desde pequena eu sabia fazer pão, doces. Acho que desde os 12 eu já comecei a fazer. Aos 19 eu me casei. Para acompanhar o crescimento dos meus filhos e também me sentir útil, eu comecei a fazer salgadinhos e doces para vender para fora”, recorda.

Em época de crise na venda dos doces, a doceira usou a criatividade para manter o negócio. “Teve uma época que estava meio difícil e comecei a vender nas lojas. Vendia bem e, quando parei de vender, eles me ligavam pedindo. Agora no sábado, eu levo 200 docinhos e vendo tudo no comércio”, revela.

De Içara a Balneário Camboriú

Os produtos caseiros de Rosane foram consumidos até pelos moradores e turistas de Balneário Camboriú. “Lá eu fazia coxinha, empada para vender. E tinha uma pousada que eu sempre vendia empada para eles”, relembra Rosane.

No retorno a Içara, a produção permaneceu e, ainda, cresceu. “Eu fazia dez, 15 tortas por semana; mil a 1,5 mil docinhos também”, comenta.

Do amadorismo ao profissionalismo

A doceira e quituteira Joelma da Silva Anacleto iniciou na produção de doces, salgados e tortas sem muita experiência, mas com o auxílio de receitas e vontade de aprimorar o seu trabalho deu partida ao próprio negócio.

“Eu nunca trabalhei na área, já trabalhei em mercado, mas não na parte da confeitaria. Eu aprendi sozinha em casa. Sempre gostei de fazer receitas, aí fui aprimorando, pesquisado na internet e melhorando elas. E nessa brincadeira já faz quatro anos que vendo”, recorda Joelma.

A moradora do bairro Jardim Elizabete pensa, agora, em expandir os negócios. “Tenho projetos futuros para expandir o meu negócio, mas ainda são ideias”, explica.